Notícias da Prefeitura
Moradores da Caçandoca aprendem a produzir de forma organizada
Produção de mexilhões gera captação de recurso para comunidade quilombola
Geração de renda e trabalho, aliada à proteção do meio ambiente fazem do projeto desenvolvido por meio de parcerias uma grande fonte de renda para a comunidade
Um projeto integrado, por meio de uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Ibama, Associação dos Maricultores do Estado de São Paulo (Amesp), Itesp, Ong Mar Vivo, Instituto de Pesca e Associação dos Remanescentes do Quilombo da Caçandoca vem trazendo renda e trabalho para a comunidade quilombola do bairro da Caçandoca, na região sul de Ubatuba. O projeto consiste na capacitação voltada para a maricultura e fez com que os produtores, antigos marisqueiros, pescadores e agricultores, passassem a produzir de forma organizada e sustentável, um meio de trabalho que não prejudica o meio ambiente e gera mais renda para a comunidade.
O projeto vem sendo desenvolvido desde 2000, quando os produtores passaram por cursos de capacitação e cursos específicos de criação de mexilhões, além de atualização em maricultura, com foco em aspectos higiênico-sanitários de produção. Desde o ano passado a Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Smapa), junto com a Ong Mar Vivo e o Ministério da Agricultura vem trabalhando efetivamente na comunidade, com trabalhos de sensibilização para organização do setor.
Os maricultores produzem em uma fazenda marinha instalada na Praia da Caçandoquinha há mais de dois anos. A Smapa acompanha mensalmente a produção, desde a fase da semeadura e colheita, até o produto final. A semeadura é feita em meados de março para que a colheita seja realizada em plena temporada de verão, já que o tempo de desenvolvimento dos mexilhões é de nove meses. Deste modo, os produtores colhem e vendem o produto na época em que a cidade está repleta de turistas, que, ao saberem como é produzido o mexilhão na fazenda marinha, se interessam ainda mais pelo produto, valorizando o trabalho da comunidade, que por isso lucra mais e hoje em dia já está com projeto de ampliar sua fazenda marinha.
“O objetivo deste projeto é gerar renda e trabalho para a comunidade, que desta forma produz protegendo o meio ambiente. Quando o marisqueiro passa a ser produtor ele muda seu ponto de vista, se preocupando mais com o meio ambiente e com a qualidade da água”, explica a secretária municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento, Valéria Gelli.
Além da ampliação da fazenda marinha há também a possibilidade de ser criada uma reserva extrativista para comunidade quilombola da Caçandoca, assunto que o Ibama está analisando. Com a reserva extrativista a comunidade terá uso exclusivo da área a ela destinada e trabalhará com plano de manejo, ampliando a produção e podendo trabalhar com pesca e turismo numa estrutura de captação de recursos voltada para si.
“Este é um projeto que está dando muito certo por ser realizado de forma conjunta entre a comunidade e as entidades envolvidas. É de forma integrada que um projeto evolui”, conclui Valéria Gelli. PMU
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