Ninguém é obrigado a ser infiel porque ninguém é obrigado a ser fiel João Pereira Coutinho Infidelidade: não existe outro tabu que seja tão universalmente condenado e tão universalmente praticado. Boa frase. Não é minha. Pertence a Esther Perel, e a revista "1843", do grupo "The Economist", dedica-lhe um artigo ("What's Wrong with Infidelity?" ). A dra. Perel, belga, 58, é a psicóloga do momento para problemas de conjugalidade —e infidelidade. A sua missão é simples: desdramatizar. O casamento não extingue os desejos que permanecem na natureza humana. E a sociedade contemporânea não ajuda: antigamente, diz ela, era possível dar o nó e passar anos e anos com a mesma criatura (e um sexo assim-assim). Hoje, a oferta é variada (e a procura, idem). Além disso, acrescenta a doutora, é um erro condenar o infiel e simpatizar com o elemento enganado. As "culpas", se a palavra se aplica, são muitas vezes repartidas. E, em certos casos, residem a...