Debaixo da terra, em meio a conflitos Washington Novaes Há poucas semanas, na Assembléia-Geral da ONU, foi aprovado um primeiro esboço de regras que permitam solucionar, "de maneira eqüitativa e razoável", conflitos entre países e governos a respeito do uso de aqüíferos subterrâneos compartilhados. Se se chegar a um acordo, poderá ser avanço importante, já que os aqüíferos subterrâneos respondem por 50% do abastecimento de água potável no mundo, 40% da água de uso industrial e 30% da que é usada na irrigação. Mas não há regras eficazes nem para uso nem para os conflitos - na verdade, sabe-se pouco sobre o tema. As águas subterrâneas, diz o professor Galizia Tundisi (Água no Século XXI, Rima Editora, 2003), estão em 134,8 milhões de quilômetros quadrados e estima-se que cheguem a 23,4 milhões de quilômetros cúbicos. E os conflitos e dramas podem ser graves. Nos anos 70, por exemplo, a Índia construiu uma barragem no Rio Ganges para derivar a água para a região de Tolbak, mas c...