Relaxar um programa de austeridade que nem foi iniciado é ideia cretina Alexandre Schwartsman Há pouco mais de dois anos, tive a alegria de publicar um livro com Fabio Giambiagi. Para quem não o conhece, Fabio, além de economista de primeira, possui uma das maiores coleções de citações que conheço. Aliás, minto: entre conhecidos é, disparado, a maior. Uma delas, devidamente reproduzida em nosso livro, traz a seguinte afirmação de conhecido jornalista, referindo-se ao gasto público: "Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, só fazemos cortar, cortar, cortar. Declaração curiosa, pois, apenas no caso do governo federal, a despesa (sem contar transferências a Estados e municípios) saltou de 11% do PIB em 1991 para quase 20% do PIB em 2015. De alguma forma, mesmo entre pessoas que deveriam ser bem informadas, o aumento do gasto continua a ser um ilustre desconhecido. Se isso ocorre entre os supostos especialistas, o que esperar dos amadores nada bem-intencionados que pulula...