De paz e amor a jararaca Gabeira A crise brasileira é tão asfixiante que às vezes preciso de uma pausa, ouvir música, ler algumas páginas de romance. Em síntese, recuperar o fôlego. As crises assumem ritmos mais rápidos no seu final. A reação de Lula na entrevista coletiva, ao sair da PF, não me pareceu a de um candidato. Em 2002 foi difícil vencer com o “Lulinha paz e amor”. Em 2018 será impossível vencer como jararaca. Um candidato não se identifica com uma cobra peçonhenta. Nem se considera a alma mais honesta do Brasil. Verdade que seu marqueteiro está na cadeia. Mas onde está a intuição política que sempre lhe atribuem? Ele perdeu a cabeça e, com ela, a chance de representar a serenidade do inocente. Seu marqueteiro representou. Não evitou a cadeia, mas, pelo menos, era um script mais elaborado. Lula queria ser algemado. O marqueteiro e a mulher, também. Eles colocaram as mãos para trás, incomoda menos que as algemas reais, mas não tem o mesmo efeito. No fundo, um tr...