Depois da avalanche O Estado de S.Paulo Foi um desfecho, mas não um epílogo. A destituição do presidente Viktor Yanukovich pelo Parlamento ucraniano, no sábado, depois de sua fuga de Kiev, completou o ciclo de três meses de protestos, repressão e, afinal, insurreição popular. As manifestações começaram em novembro quando, sob pressão do líder russo Vladimir Putin, Yanukovich recuou de um acordo comercial com a União Europeia (UE), potencialmente fecundo para o seu país à beira da bancarrota. Putin ofereceu-lhe em troca uma ajuda de US$ 15 bilhões, sob a forma de compra de títulos ucranianos. Na semana passada, a escalada de confrontos deixou mais de 80 mortos, entre civis munidos de coquetéis molotov e as tropas mobilizadas para dispersá-los do centro da capital. O morticínio tornou inócua a tardia tentativa de um acordo entre governo e oposição, mediado por diplomatas da UE e da Rússia. Depois de passar a sexta-feira em claro, os negociadores, menos o russo, aprovaram um programa...