A tomada da Vila Cruzeiro AE - AE O secretário de Segurança Pública do Rio Janeiro, José Mariano Beltrame, equivocou-se. Na quinta-feira, depois da ocupação da Favela Vila Cruzeiro e da fuga em massa dos traficantes que fizeram dessa área de mais de 200 mil metros quadrados, na zona norte carioca, o principal baluarte do crime na cidade, o secretário declarou: "Ainda não há nada a comemorar." Compreende-se e até se deve louvar a sua prudência. Mas há, sim, muito a comemorar, pela competente operação com que o governo fluminense respondeu aos atos terroristas que desde o começo da semana haviam transformado o Rio numa espécie de capital tropical do Quinto Mundo, com uma profusão de arrastões, queima de veículos e tiroteios que, até ontem, já haviam matado pelo menos 35 pessoas. Deve-se comemorar, antes de tudo, um acontecimento sem precedentes: a participação de uma das Três Forças, no caso a Marinha, no combate não propriamente ao narcotráfico, mas ao poder incontrastá...