Crônicas do Zé Ronaldo

Dez anos depois José Ronaldo dos Santos Nesta semana, em 1º de dezembro, foi o aniversário do nosso caiçara Mané Hilário. Fui visitá-lo por volta das onze horas, perto da hora do almoço, pensando que o encontraria acordado, mas... só pude contemplá-lo no seu pesado sono. A comadre me informou que agora ele está ficando menos tempo na cadeira, está dormindo mais, mas tem muitos momentos de lucidez. Até pediu uma festinha de aniversário, com cantoria de reis se possível. Isso demonstra que, apesar dos efeitos colaterais dos remédios fortes que toma, o bom velhinho continua sabendo o que quer, tem clareza daquilo que está ao seu alcance. Voltei no tempo. Há dez anos, por ocasião da entrevista que gerou o artigo publicado na Enciclopédia Caiçara (Vol.4), assim disse o nosso personagem querido: “Eu sou de 1908; 1º de dezembro de 1908. Eu nasci numa casa na rua Dr. Esteves da Silva [...] Dancei muito baile. Onde tinha baile eu tava rente. Hoje não posso mais; a perna não ajuda. Hoje...