Energia elétrica

Engenheiro pede apoio para implantação rápida da energia na região norte

Cristiane Zarpelão
O engenheiro eletricista Edson Aparecido Bettin procurou a reportagem do Imprensa Livre na última quinta-feira, dizendo-se preocupado com o processo da implantação da energia elétrica na região norte em Ubatuba.
Segundo Edson, nas últimas semanas foram publicadas, na mídia, matérias sobre o Programa Luz Para Todos, mas “apenas notícias superficiais e como se já estivesse tudo pronto”. “Na verdade, o Programa Luz Para Todos”, atingiu apenas o primeiro passo. A autorização que conseguimos foi uma conquista enorme com certeza, mas ainda temos muito o que fazer e rápido”, diz o engenheiro.

O primeiro grande passo a que Bettin se refere é a autorização do Instituto Florestal para a implantação do Programa Federal Luz Para Todos em alguns bairros da região norte de Ubatuba.
A instalação de luz era solicitada pelos moradores há mais de trinta anos e não era autorizado pelo fato de estarem em área de preservação permanente. O fator decisivo para a autorização foram as parcerias do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, da Prefeitura de Ubatuba, do Instituto Florestal e da Promotoria Ambiental, sensibilizados com a situação em que vivem cerca de 1.200 pessoas.
A região norte atinge 1/4 do município de Ubatuba. “Existem moradores nessas regiões que nunca viram uma lâmpada acesa. Aquele lugar à noite é uma escuridão total. Luz não é conforto e sim necessidade”, enfatiza o engenheiro Bettin.
A grande preocupação de Bettin é que há uma grande documentação ainda a ser vencida em vários órgãos. “Cada órgão tem seu prazo. E se essa documentação não for bem gerenciada, pode ser que o programa atrase muito ou nem aconteça novamente, como nos outros anos”, diz preocupado.
Bettin sugere que todos os órgãos responsáveis do município se reúnam junto aos representantes da região norte e formem uma equipe de trabalho com profissionais capacitados, para constituir uma comissão e assim fiscalizar a implantação do Programa Luz Para Todos, apresentando à população o cronograma da obra, o levantamento de quais documentos já foram obtidos e vendo os que ainda faltam para a realização. “Para o Programa não se perder, alguém precisa encabeçar isso, pois é muita coisa para ser vista. Além do mais, a população terá de quem e como cobrar a transparência das ações”, afirma.
Outro ponto que Bettin se diz preocupado é que “estão se concentrando” muito na área ambiental, que já foi parcialmente liberada, mas que ainda existem muitas pessoas que estão fora da área ambiental ou em órgãos ambientais. “Precisamos saber o que está acontecendo com essa documentação também. Esse trabalho atinge vários ramos e todos têm que andar”, acrescenta.
Outra questão levantada pelo engenheiro é o arrua-mento da região e a questão do DINIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte), que é responsável pela travessia da rede elétrica. “A Elektro necessita que a Prefeitura entregue os arruamentos antes das implantações dos postes de luz, para que não aconteça o mesmo que houve em Ilhabela, onde foram colocados todos os postes, mas por um erro no arruamento tiveram que retira-los e fazer tudo de novo”. Bettin ressalta que seu único interesse no Programa é atender as pessoas da região norte e que não tem o menor interesse em entrar em conflito com ninguém. “Esse é um trabalho totalmente voluntário, meu maior desejo é ver que essas pessoas tão necessitadas sejam atendidas logo. Meu pagamento é a satisfação delas. Também não quero criar desarmonia com ninguém, muito pelo contrário, quero unir forças para que possamos fazer o melhor e, assim, não perder e nem desperdiçar essa grande quantia de dinheiro que veio do Governo para a implantação da luz em nossa região”, conclui o engenheiro.

“Depois de tantos anos, tenho certeza que ainda vou ver luz elétrica no Camburi antes de morrer”, comemora “Seu Genésio” de 81 anos, da Comunidade Quilombola do Camburi, referindo-se a todos os envolvidos no processo da implantação da luz em sua região. Segundo o agente regional da Elektro para o Programa Luz para Todos, João Maurício Muller, o fato de uma área de preservação permanente receber a autorização do Instituto Florestal para a eletrificação rural é algo inédito, fruto de muito empenho. O agente disse também que já foram solicitados pedidos para atender também as aldeias indígenas da Boa Vista e Renascer, localizadas no Promirim e no Corcovado, respectivamente.
“As demais comunidades, localizadas fora de área de preservação serão prontamente atendidas, provavelmente ainda neste ano. Demos o primeiro passo para atender às comunidades tradicionais da região norte, agora segue a elaboração do projeto e sua aprovação para depois de noventa dias estar tudo pronto”, explicou João Maurício.

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