Editorial
Enganando peixes
Sidney Borges
Jornais estampam manchetes indignadas. O ensino privado é melhor do que o ensino público. Waal! O Enem deu a pista. Quem diria? Será que a farsa nunca é percebida enquanto se configura? Parece que não pois quando o resultado aparece todos ficam perplexos? Ou será que fingem?
O processo de deterioração da rede pública lembra artifícios que humanos e não humanos usam para enganar peixes. Algumas tartarugas têm um apêncice em forma de verme apetitoso. Os bobos aquáticos salivam e viram comida.
Os governos (FHC ou Lula, tanto faz) apoiados pela mídia "yes sir" divulgam grandes avanços educacionais. Os bobos terrestres (o povo) acreditam.
E a desigualdade permanece eterna, como querem os donos do poder. Observem os leitores que políticos que tanto defendem o ensino público colocam os filhos em escolas privadas. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço".
A Educação jamais vai funcionar com salas de aulas contendo 50 alunos.
A Educação jamais vai funcionar enquanto as escolas não dispuserem de bibliotecas organizadas, com bibliotecários trabalhando em tempo integral.
A Educação jamais vai funcionar enquanto a jornada dos professores não for dividida em atividades em sala de aula e atividades pedagógicas dentro da escola. Com salário digno e jornada de oito horas. Professores foram escravos na Roma antiga, não são mais, mas são tratados como tal.
Comprar equipamentos eletrônicos caríssimos, livros dispendiosos e desnecessariamente luxuosos para que fiquem encaixotados até à obsolescência, em salas trancadas, não é solução. Mas é a prática.
Os governos (FHC ou Lula, tanto faz) tratam a Educação como certos pais relapsos tratam os filhos. Dão tudo e não cobram nada, isto é, compram tênis de marca, caríssimos, roupas também caras, pagam academias da moda, escolas de inglês, de música, de tênis e não dão a mínima atenção. Falta tempo.
Quando descobrem a pedra de crack na mochila ficam se perguntando:
- Onde foi que errei?
O Brasil precisa corrigir os rumos da política educacional e tratar o tema com seriedade. Sempre é tempo.
Sidney Borges
Jornais estampam manchetes indignadas. O ensino privado é melhor do que o ensino público. Waal! O Enem deu a pista. Quem diria? Será que a farsa nunca é percebida enquanto se configura? Parece que não pois quando o resultado aparece todos ficam perplexos? Ou será que fingem?
O processo de deterioração da rede pública lembra artifícios que humanos e não humanos usam para enganar peixes. Algumas tartarugas têm um apêncice em forma de verme apetitoso. Os bobos aquáticos salivam e viram comida.
Os governos (FHC ou Lula, tanto faz) apoiados pela mídia "yes sir" divulgam grandes avanços educacionais. Os bobos terrestres (o povo) acreditam.
E a desigualdade permanece eterna, como querem os donos do poder. Observem os leitores que políticos que tanto defendem o ensino público colocam os filhos em escolas privadas. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço".
A Educação jamais vai funcionar com salas de aulas contendo 50 alunos.
A Educação jamais vai funcionar enquanto as escolas não dispuserem de bibliotecas organizadas, com bibliotecários trabalhando em tempo integral.
A Educação jamais vai funcionar enquanto a jornada dos professores não for dividida em atividades em sala de aula e atividades pedagógicas dentro da escola. Com salário digno e jornada de oito horas. Professores foram escravos na Roma antiga, não são mais, mas são tratados como tal.
Comprar equipamentos eletrônicos caríssimos, livros dispendiosos e desnecessariamente luxuosos para que fiquem encaixotados até à obsolescência, em salas trancadas, não é solução. Mas é a prática.
Os governos (FHC ou Lula, tanto faz) tratam a Educação como certos pais relapsos tratam os filhos. Dão tudo e não cobram nada, isto é, compram tênis de marca, caríssimos, roupas também caras, pagam academias da moda, escolas de inglês, de música, de tênis e não dão a mínima atenção. Falta tempo.
Quando descobrem a pedra de crack na mochila ficam se perguntando:
- Onde foi que errei?
O Brasil precisa corrigir os rumos da política educacional e tratar o tema com seriedade. Sempre é tempo.
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