Coluna da Terça-feira

Infecção hospitalar na Santa Casa de Ubatuba

Maurício Moromizato
Na semana que passou tivemos polêmica envolvendo a questão da Infecção Hospitalar, com reportagem publicada na imprensa regional divulgando que a Santa Casa de Ubatuba era um dos hospitais do estado de São Paulo que apresentou problemas relativos ao tema, em levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e pelo Ministério Público Estadual.


Como sempre, a imprensa local não divulgou nada, como se o problema não existisse. Graças à “imprensa eletrônica” o assunto chegou à população local.

O fato é que há um problema detectado por dois órgãos técnicos, tirando qualquer caráter eleitoral e/ou partidário da denúncia.

As dúvidas levantadas publicamente são muito pertinentes quanto a quem é o presidente da CCIH e quem fala oficialmente pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar).

A resposta dada pela Santa Casa tanto na reportagem publicada quanto nas discussões que se seguiram na imprensa eletrônica não esclareceram as dúvidas levantadas e pior, adotaram uma linha de resposta baseada nas ameaças e na tergiversação.

O jornal que publicou a reportagem não avançou nas investigações, tratando a questão como uma ocorrência pontual, ficando apenas na notícia quando poderia ter avançado com o assunto para descobrir o real motivo dos problemas, ouvido e divulgado opinião do secretário de Saúde, do Prefeito e do Conselho Municipal de Saúde, entre outros, buscado informações com funcionários e médicos, entre outras possibilidades para avançar num assunto que nos diz respeito cotidianamente.

Ainda há pouco recebi pedido de ajuda para o aluguel de uma ambulância UTI para transportar paciente daqui para o hospital das clínicas de São Paulo e são frequentes os relatos de pacientes que se tratam com médicos daqui, mas que vão fazer parto ou cirurgia em Caraguá ou Taubaté por não confiarem na Santa Casa. Desde que está sob intervenção da Prefeitura Municipal, a Santa Casa passou a ser uma entidade pública e a falta de informações torna a situação muito preocupante para todos nós, cidadãos.

Nessa questão do problema relativo à infecção hospitalar, é preciso que rapidamente sejam tornadas públicas a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, com os nomes que a compõem e as funções de cada um (1), que a secretaria de Saúde e a direção da Santa Casa tornem públicos os problemas que foram detectados (2), e que juntamente com o conselho municipal de saúde (COMUS) seja feito e divulgado um plano para sanar o problema detectado.

De modo mais amplo, olhando a Santa Casa como nossa única opção local de assistência hospitalar, é fundamental que seja reconduzido imediatamente o Conselho Gestor, que sofreu intervenção injustificadamente, tem o Sr. Elias Guerra como presidente legítimo e com competência pessoal para o cargo. Tal medida possibilita o controle da entidade por parte da população e dos usuários, que são os maiores interessados no funcionamento adequado da Santa Casa.

O Conselho Gestor é a instância que promove a transparência na administração da Santa Casa e precisa ser reabilitado.

Junto a isso, a secretaria de saúde tem que publicamente informar a situação da entidade, técnica e financeira, além de colocar qual o plano que tem para o final da intervenção.
Sem essas duas medidas, que podem aparentar serem desimportantes, não haverá “acreditação” na Santa Casa.


Resumindo, precisamos e temos o direito de saber o que acontece relativamente à infecção hospitalar. A Secretaria Municipal de Saúde tem que deixar de se esconder e se manifestar publicamente de maneira documental e com responsabilidade. Junto com isso, reconduzir o Conselho Gestor, para que o Controle Social volte a ter vez na entidade e possibilite não só informações, mas também a construção das soluções que a Santa Casa precisa.

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