Vocês têm que me engolir

Herbert Marques
Estamos passando por um processo de autodestruição, lamentavelmente com vantagem para uma das partes, o que parece uma incoerência. O prefeito briga com uma parcela da população, exatamente aquela que se coloca como formadora de opinião. Aqueles que ocupam a mídia, via de regra pessoas com certo discernimento e que não estando conformados com o andar da carruagem da administração municipal, partem para cima do alcaide com críticas, muita das vezes mordazes, mas que não deixam de ser saudáveis, pois querem dizer que estão atentos na defesa de seu município. O prefeito defende-se usando agressão verbal em manifestação tosca, como fez na imprensa falada recentemente e certamente respostas virão, esperamos que não sejam no mesmo nível.
É nesta movimentação de ataque e defesa que mora a autodestruição, se não das partes, pelo menos do município. Já foi dito e redito que Ubatuba merece coisa melhor. Merece um trabalho sério de planejamento e direção com a finalidade de dirigir o município para uma perspectiva de futuro grandioso, pois foi privilegiado pela natureza para isso. Está faltando a gentinha que o criador, em um momento de humor hilário, pôs aqui. Ah! Criador, sempre aprontando.
A vantagem a que me refiro no início do texto é do prefeito. Político advindo das hostes do legislativo apreendeu lá que estar na mídia significa voto. Responder no linguajar chulo é granjear simpatia dos humildes. É mais ou menos o caso do Lula. Quanto mais apertado, mais se sobressai como vítima na mão dos “poderosos”.
Já avisei meu editor. Esse bate boca rende proveito político e pelo menos a maioria dos que criticam o prefeito, não demonstram nenhum interesse em fazer da política seu ganha pão. O prefeito está por cima. Deixem-no voar. Afinal galinha também voa, mesmo que seja um vôo curto e destrambelhado. Zagalo já dizia: vocês têm que me engolir. Engulam-no.
O atual prefeito não ganhou a eleição por maioria de votos do município. Concorreu com outros e embora com a minoria, chegou na frente para ocupar o cargo maior do executivo. É justo que não agrade à maioria dos munícipes, como também não é justo que aturemos a queixa de seus eleitores por não cumprir as promessas de campanha que fizeram-no angariar os votos necessários para ganhar a eleição. Trabalha da forma que melhor entende para agradar seus correligionários, o que não quer dizer que possa ou deva satisfazer a todos. Medir o seu trabalho hoje é no mínimo afoiteza. Continuemos todos fazendo a nossa parte, que nada mais é que cumprir com as nossas obrigações como cidadãos e como munícipes. Deixemos o resto para ele. A cobrança deverá vir depois.
hlmarques@terra.com.br

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