"Foi fraude", diz Jorge Lee

Cristiane G. Zarpelão
O comunicólogo Jorge Lee, "obrigado por forças internas existentes no Conselho Deliberativo e pelo Presidente da Fundart, Martiniano Nelson Viana, teve que deixar o cargo na Fundart de coordenador de projetos, eventos e oficinas em junho de 2005".
Segundo Lee, ele foi "forçado" a se afastar devido às perseguições políticas e pessoais que vinha sofrendo. "O presidente da Fundart, que é do PT, acreditava que eu era espião do prefeito Eduardo César, que é do PL", diz indignado.
Lee afirma que não tem nada contra ao atual conselho deliberativo da Fundart. "Muito pelo contrário, tenho muito respeito por eles, só tenho problemas com dois integrantes deste conselho. Os senhores Carlos Rizzo e Luiz Roberto de Moura. Tudo por eles não quererem que o atual governo municipal desse certo", diz.
"O Rizzo queria ser presidente da Fundart, mas o prefeito Eduardo César designou o cargo ao senhor Martiniano, por ser da coligação que o elegeu, o PT. Acredito que dái dá-se o fato de o Rizzo querer derrubar o Martiniano".
"Já o senhor Luiz Moura, como ele mesmo diz, sempre foi integrante de gestões administrativas anteriores como secretário de vários setores. Acredito por ele estar aposentado, ele não se conforma com sua atual condição e "apedreja" e "ataca" sistematicamente o nosso prefeito",
deduz Lee.
"Martiniano, Rizzo e Moura apesar de antagônicos, se uniram com o intuito de me demitir e conseguiram. Foram cinco meses sofrendo muitas pressões que não desejo ao meu maior inimigo. Isto é, se tenho algum", diz Lee.
O ex-coordenador diz que foi acusado de querer se beneficiar devido ao cargo que ocupava na Fundart. "Como se eu pudesse fazer valer a minha vontade contra oito conselheiros e um presidente. Para mim, isso é subestimar a inteligência das pessoas de boa fé desta cidade", diz inconformado.
Jorge Lee justifica que está fazendo tudo isso devido a querer se eleger Coordenador do Grupo Setorial de Artes Cênicas e Dança da Fundart. "Este é um trabalho totalmente voluntário, meu único interesse é fazer com a cidade vá para frente. Mesmo depois de sete meses sem estar na Fundart, continuo a ser perseguido".


Outro lado


Segundo Carlos Rizzo, "sinceramente não estava com saudades da desfaçatez do Jorge Lee. Descaramento que ele já havia demonstrado quando, funcionário da Fundart, tentou se prevalecer do cargo em benefício próprio e foi impedido pelo Conselho Deliberativo. Depois disso, jamais esperaria flores", diz Carlos Rizzo.
Rizzo afirma que Jorge Lee foi demitido em 2005 por "competência exclusiva da diretoria executiva. O conselho só exigia que ele se retratasse perante o conselho devido às inverdades que ele circulava na imprensa. Como ele recusou a se retratar, a situação dele ficou insustentável. Culpa dele mesmo", diz.
Quando questionado pela reportagem sobre a presidência da Fundart, Rizzo é enfático. "Se eu gostaria de ser presidente isso não vem ao caso. O problema é o seguinte: o presidente da Fundart é o Martiniano. Ser presidente eu gostaria de ser, como acredito que o Lee também gostaria. Isso não vem ao caso. Mesmo assim fiquei surpreso com a inveja revelada ao tentar diminuir o meu trabalho. Que pequenez! Afogou-se no próprio fel".
Com relação a fraude, Rizzo diz que o certo seria Lee ir à Justiça. "Que possa haver erros, com certeza, pois erros acontecem. Mas considerar isso uma fraude é outra questão. Fraude implica em má fé e tenho certeza que não foi. Foi sim, uma decisão do conselho, pois ninguém contestaria as listas fornecidas pelos coordenadores dos grupos setoriais".
"Todo processo eleitoral é previsto nos estatutos e casos omissos são resolvidos pelo Conselho Deliberativo. Somente na cabeça do senhor Jorge Lee, devemos mudar as regras para lhe permitir a eleição ou lhe dar uma vitória que não foi capaz de construir. Se ele tivesse perdido de 30 a 1, ele estaria usando os mesmos argumentos. Agora, se ele quer ter força por achar que cancelando esses dois votos ficaria empatado, e empatando daria direito de ele assumir, isso é pura ilusão. Não sei da onde ele tira isso, o empate resulta em indecisão",
afirma Rizzo.
Com relação aos dois nomes da lista que Lee questiona, Rizzo afirma "que existem listas que podem estar defasadas. A minha está. Quando necessito de atualizações, solicito e mesmo assim ainda é necessário fazer revisões".
Rizzo explica que "de 2005 para cá, nós temos os arquivos dos integrantes dos grupos relativamente organizados, mas antes disso, era um tanto dispersa a centralização do arquivo. Repito: que possa haver erros sim, mas fraude não".
"Artes Cênicas e Dança tem muito mais apelo popular e no entanto foi um grupo hesitante, sem rumo e sem participação em nenhuma das atividades da Fundart. Das seis reuniões obrigatórias, houve quatro convocações e somente duas reuniões foram efetivamente realizadas. Passou o ano em branco e isto está refletido na eleição de 30 de janeiro. Jorge era membro do grupo e passou um ano sem fazer coisa alguma pela arte que diz defender. Se tivesse lido os estatutos com isenção, descobriria oportunidades para muitas atividades para o Setorial que se arvora representante".
"A despeito de sua personalidade e da falta de caráter, a candidatura do Jorge Lee foi homologada respeitando o estatuto, foi escrutinada de acordo com os estatutos e foi derrotada de acordo com os estatutos, também. Não será a derrota de Jorge que deverá impor as mudanças nos estatutos. Cada um dos coordenadores tem razões melhores do que isto para se disporem às alterações eventualmente necessárias"
, finaliza Rizzo.
Já Luiz Roberto Moura também ficou indignado. "Só rindo mesmo de tudo isso. O que Lee fala é um monte de impropriedades e mentiras descaradas. É público e notório que fiz campanha para o prefeito Eduardo César e não o "apedrejo" ou o "ataco", diz.
"Apenas cobro sistematicamente para que o prefeito cumpra com o que prometeu em época de campanha, contido nas diretrizes do programa de governo. Nada além disso"
, afirma.
Moura diz também, que a demissão de Jorge Lee "foi resultado da incompetência e de querer se promover às custas da Fundart. Acredito que mentira também é fraude e que não é só porque ele está desempregado, que pode achar que os outros estão aposentados ou desempregados como ele".
A reportagem procurou o presidente da Fundart, Martiniano Nelson Viana, mas não o encontrou, pois ele está de férias e só volta no início de março.

Fonte: Imprensa Livre

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