Tropeçando na ética
Palocci mente, mente e mente
Elio Gaspari em O Globo, hoje:
"Pode-se conviver com um ministro da Fazenda que usou um avião particular para ir de Brasília a Ribeirão Preto. É apenas uma pisada no tomate (com ervilha). Mais difícil é agüentar um ministro da Fazenda que trata como cretinos aqueles que acreditam no que diz.
Aos fatos:
Em julho de 2003, Antonio Palocci voou no Citation do empresário Roberto Colnaghi. Levou consigo o presidente do PT, José Genoino. Quando a impropriedade foi revelada, desmentiu que tivesse tomado a carona.
Provada sua presença no vôo, a explicação foi outra: embarcara a convite de Genoino. Mentira: numa entrevista gravada, o ex-presidente do PT dissera que “fiz a viagem a convite dele”.
Depondo na CPI, em janeiro, Palocci disse o seguinte: “O PT (…) alugou um avião para fazer a viagem.”
Colnaghi desmentiu a lorota: “A referida aeronave (...) jamais foi locada a terceiros”.
Diante disso, o ministro avançou novamente na paciência alheia: “Recorri inadvertidamente à expressão alugou, sem me apegar à acepção estrita do termo.”
Há no Brasil 5,7 milhões de pessoas que moram em imóveis alugados. Palocci poderia ensiná-las a desapegar-se da “acepção estrita do termo”, convertendo aluguel em boca-livre. Pena que não se possa acreditar no que vier a dizer."
Elio Gaspari em O Globo, hoje:
"Pode-se conviver com um ministro da Fazenda que usou um avião particular para ir de Brasília a Ribeirão Preto. É apenas uma pisada no tomate (com ervilha). Mais difícil é agüentar um ministro da Fazenda que trata como cretinos aqueles que acreditam no que diz.
Aos fatos:
Em julho de 2003, Antonio Palocci voou no Citation do empresário Roberto Colnaghi. Levou consigo o presidente do PT, José Genoino. Quando a impropriedade foi revelada, desmentiu que tivesse tomado a carona.
Provada sua presença no vôo, a explicação foi outra: embarcara a convite de Genoino. Mentira: numa entrevista gravada, o ex-presidente do PT dissera que “fiz a viagem a convite dele”.
Depondo na CPI, em janeiro, Palocci disse o seguinte: “O PT (…) alugou um avião para fazer a viagem.”
Colnaghi desmentiu a lorota: “A referida aeronave (...) jamais foi locada a terceiros”.
Diante disso, o ministro avançou novamente na paciência alheia: “Recorri inadvertidamente à expressão alugou, sem me apegar à acepção estrita do termo.”
Há no Brasil 5,7 milhões de pessoas que moram em imóveis alugados. Palocci poderia ensiná-las a desapegar-se da “acepção estrita do termo”, convertendo aluguel em boca-livre. Pena que não se possa acreditar no que vier a dizer."
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