A FOTO E OS FATOS



Na notícia do UV “Comtur suspende cobrança de estacionamento na praia do Félix” há foto com a seguinte legenda: “Moradores do Félix comemoram a decisão da Comtur”.
Em primeiro lugar, há que saber que na foto não aparece nenhum morador da praia do Felix.
A grande maioria dos que ali aparece são moradores da invasão do parque, do lado contrário da estrada Rio Santos, acima da praia do Felix.
A exceção é do Sr. Administrador da Regional Norte e do Sr. Benedito Jerônimo dos Santos, conhecido como Berico.
À exceção dos dois acima e do Sr. Edmilson, todos os demais são membros da mesma família, mineiros do Vale do Jequitinhonha, especificamente da cidade de Nova Cruzeiro.
Berico, da comunidade do Promirim, mora no lado sul de Itamambuca.
Walter, mineiro, membro da família que aparece na foto, mora no Pereque Açu.
Em matéria anterior consignei que achava que a COMTUR tinha suspendido a cobrança da zona azul por ser, depois de domingo, deficitária (COMTUR E ZONA AZUL – UV – 020206).
Mas, como a difícil certeza do que acabou com tamanha injustiça e cobrança sem fundamentos legais, éticos e morais e como as razões ou falta delas se confundem, há que levar em conta a colaboração do movimento composto, entre tantos outros, pelo grupo fotografado.
Inebriados por uma vitória que, tudo indica, tem grande e diversa estória e paternidade, resolveram tentar a invasão motorizada da praia do Felix, via propriedade e portão privado, que prestam serviços à comunidade há mais de 25 anos.
Tudo indica que pretendam intitular-se titulares de ‘direitos naturais’ à posse e propriedade da praia do Felix.
Estão tentando, como já o fizeram, até agora com sucesso, mais uma invasão, como as que fazem no parque acima do Felix.
Vale aqui ressalvar que para a invasão no parque já há antigas providências do MP estadual em andamento.
Fico temeroso que para o esbulho ora tentado consigam um laudo (está na moda) atestando que aqui no Felix há água do Jequitinhonha e que a grande família seja membro do grupo dos ‘jequitinhonholas’, movimento até agora na obscuridade.
Não é demasia, pois no dia de hoje estes candidatos a invasores motorizados estavam acompanhados de membro da Secretaria Municipal de Assistência Social, o qual, apesar do meu pedido, não se identificou. Estaria em missão secreta ???
Aqui vale explicar a expressão “INVASORES MOTORIZADOS”.
O grupo tem, como sempre teve, amplo e profícuo acesso à praia do Felix. Têm todas as barracas da praia no lado direito de quem da praia olha para o mar.
É família que, praticamente, dominou todo o comércio ambulante da praia, sendo este escriba o último baluarte à dominação.
Eles acreditam que impedindo o fato de eu adentrar a praia por minha propriedade, com meu carro, estarei, em face de minha idade, problemas familiares e saúde, incapacitado de trabalhar.
Em conseqüência deste raciocínio, teriam o monopólio da exploração do ‘negócio’, sem o paralelo comparativo de qualidade e educação no trato dos turistas nosso, o que tanto os incomoda.
O objetivo imediato deste grupo é acessar, com carros, a praia do Felix, onde há estacionamento para 6 veículos, no máximo e onde se acessa por caminho privado, magnificamente conservado e limpo, que é usado há mais de 25 anos por todos os transeuntes e que é conservado e limpo pela sociedade de proprietários do local, a qual fundei e que presta serviços comunitários há mais de 25 anos neste município.
É esta mesma sociedade que fez todo pavimento de todas ruas do Felix, manutenção de todos bueiros e condução de águas pluviais, bem como contenção de encostas. Nem vale falar no sistema de água que mantemos, também, às nossas contas exclusivas.
Voltando ao alvo da nova invasão, é caminho que serve, também, para o acesso de deficientes motores, inclusive da senhora mãe e avó do grupo, quando acessa a praia em auto dos filhos.
Quando se afirma que há lugar para estacionar seis veículos, se fala de parar carros sem destruição do entorno vegetal existente.
É importante, mesmo fundamental, lembrar que o acesso à praia é constitucionalmente feito.
É de ver que a foto é feita no local da praia, onde todos os membros estão reunidos, felizes ao que parece, tendo acessado a praia confortavelmente. Assim, os proto-invasores não têm qualquer direito à propriedade de terceiros aqui no Felix, que a usam criteriosamente, em favor da população e do turismo e da cidadania de boa qualidade.
Ainda aqui falta verificar os ‘direitos’ do meu antigo conhecido Berico, com quem convivo harmoniosamente há anos: o único caiçara reivindicante da foto é pescador, oriundo da comunidade do Promirim, hoje residente ao sul de Itamambuca.
Foi presidente da Colônia de Pescadores aqui da terra, donde foi prematuramente afastado por CPI da Câmara.
Isto sabido, preto no branco, com a clareza que torna as soluções e reivindicações legítimas e não produto da força, da demagogia e da violência, chegamos às perguntas que não calam à cidadania.
Que fazermos, nós que amamos o Felix e o mantemos como o cartão de visitas de Ubatuba?
Como nos conformarmos com a previsão do futuro, caso os invasores alienígenas obtenham sucesso em sua destruição?
Nós freqüentamos a praia e conversamos cada vez mais com moradores e ex-freqüentadores do Tenório: é o que quer o poder público, caso espose a tentativa dos invasores –
criar um Tenório em lugar do Felix ?
Creio que, por mera curiosidade, deveria o Sr. Representante da Assistência Social perguntar à comunidade do Tenório o que acha da perda da freqüência de ótimos turistas para o Felix ?
Ou então, que apontem outra praia no município que apresente iguais ou melhores condições de freqüência que o Felix.
Caso haja boa vontade de parte de quem de direito do poder público, que providenciem um banheiro químico aqui para a praia.
É o que precisamos, nós da comunidade e Ubatuba para atender bem seus turistas.

P.S. – TEATRO MAMBEMBE.

Avisamos ao distinto público que amanhã, diretamente da Praia do Felix, em comemoração aos 25 anos de semanal trabalho anônimo de limpeza e varrição de terceiros (nós), o grupo INVASORES MOTORIZADOS apresentará o mesmo espetáculo, só que devida e adredemente ( SARAIVA = (ê). Adv. De propósito; de caso pensado; de estudo; intencionalmente. ) instrumentalizado, com a possível presença da mídia que ditos comediantes conseguirem.
Queremos, nesta magnífica oportunidade, ressaltar a grande habilidade (de desfrutar) do grupo que aproveitou, por anos, os resultados de tão bom trabalho anônimo (o nosso), sem nunca se coçar para perguntar quanto deveriam pagar pela parte que lhes toca (pois sujaram e como)... neste latifúndio (e como latem).

Roberto de Mamede Costa Leite
r-mamede@uol.com.br

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