Papo do Editor
Sábado
Sidney Borges
Massa larga em 9º na Espanha. Não é culpa do carro, Alonso guia um igual e ficou 5 posições à frente. Se os resultados não vierem a Ferrari vai efetivar o espanhol como primeiro piloto e restará a Massa o papel de escudeiro. O que não é de todo mau. Ser coadjuvante privilegiado com milhões de dólares na conta é o sonho de muita gente.
Quando Barrichello começou a carreira na Europa a torcida brasileira ficou dividida entre ele e Christian Fittipaldi. No automobilismo brasileiro a dicotomia entre bom moço e quebrador de parâmetros remonta ao sucesso de Emerson na Fórmula 1. O desvabrador das pistas d'além mar tornou-se príncipe. Cabelos penteados e costeleta. E que costeleta! Pace incorporou o espírito de Interlagos, sempre mais rápido do que Emerson, sempre atrás de Emerson. Anos depois começou a era Piquet, detestado pela mídia brasileira. O sempre "3 doses acima", Tarso de Castro, chegou a afirmar que ele era um europeu nascido no Brasil. O contraponto nasceu com o surgimento de Senna. Rápido, ou melhor rapidíssimo. Senna ganhou corridas e incorporou o bom moço. (casto e familiar) Piquet ficou com as mulheres, os iates, os aviões e a fama de mau. (pecador) Senna morreu, Piquet envelheceu e Barrichello continua em busca do graal, Christian sumiu das pistas, tem sido visto em revistas de decoração. Massa ia bem até que a peça do carro de Rubinho acertou sua cabeça. Tomara que volte a andar na frente. Pelo menos na frente do espanhol.
Tenho interesse em Fórmula 1 apenas na largada e na chegada. A corrida aborrece. Duas horas ouvindo Galvão Bueno reduz o QI. Meu velho amigo Tom foi fazer um documentário em Cuba. Trabalhando como cameraman. Adorou a terra de Fidel, quase ficou por lá, só não ficou por que os cubanos não deixaram. Ele me contou de uma inesquecível palestra de Fidel. Era domingo, a reunião começou às duas da tarde. Ele e a namorada cubana foram prestigiar com bandeirinhas na mão. Por volta das quatro e meia, cansados, fizeram uma pausa na sorveteria Copélia. Depois foram ao apartamento dela namorar. Voltaram à praça por volta das sete e ainda acompanharam Fidel por meia hora. Os interlúdios lúdico-ideológicos do Comandante eram comuns na Ilha. Nesse dia a conversa foi considerada breve. Passo.
O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, fez ontem, sexta-feira, um giro por quatro cidades - Carapicuíba, Itapevi, Jandira e Barueri - ao lado do vereador Netinho de Paula (PC do B), pré-candidato ao Senado. Está escrito assim na Folha, reproduzo e fico imaginando o que vai pela cabeça do senador. Mercadante foi contra o Plano Real. Disse que não ia dar certo. Errou. O plano deu certo. Mercadante é economista. Dificilmente voltará ao Senado. Mercadante e um disco-voador são semelhantes. Tem gente que acredita. Netinho de Paula? Quem é? Comunista? Modernidade é isso.
O último álbum dos Beatles faz aniversário hoje. "Let it be". Quarenta anos. Envelhecer ou não envelhecer, that's the question. Um colega de outros tempos optou por não envelhecer. Lançou-se do 16º andar. Tinha menos de 40 anos. Fiquei chocado. Outros amigos morreram depois. Câncer, aids, enfarte. Alguns envelhecem. Próstata, diabetes, pressão alta, depressão, acidente, assalto, tsunami, vulcão, alcoolismo, terremoto, overdose, alzheimer. Todos os caminhos levam a Roma. (All roads lead to Rome)
Por falar em último, a última canção gravada pelos Beatles (sem John Lennon) foi I Me Mine, de George Harrison, em 3 de Janeiro de 1970. “I Me Mine”, em expressão traduzida quer dizer: “Eu sou mais eu”.
Em 1967/68 estudantes de esquerda tinham vergonha de usar jeans (calças Lee) e não ouviam jazz. Também não ouviam a voz das ruas, não tinham interesse no que o povo pensava. Curioso, diziam querer salvar o povo. A falta de sensibilidade culminou com a luta armada. A ordem era derrubar a ditadura militar e implantar o comunismo, outra ditadura. Sairam para a luta a partir da visão equivocada de que teriam apoio popular. Não tinham. Perderam. Todos queriam o fim da ditadura, questão de sensibilidade. Havia brucutus que apoiavam a ordem obscurantista. Sempre haverá. Saudades daqueles tempos. Eu ouvia Dave Brubeck, Mahalia Jackson, Beatles e usava calças Lee. Mesmo assim tive o desprazer de ser hóspede de Romeu Tuma. Comunismo. Estou fora. Ditadura. Estou fora. Viva a Democracia.
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Sidney Borges
Massa larga em 9º na Espanha. Não é culpa do carro, Alonso guia um igual e ficou 5 posições à frente. Se os resultados não vierem a Ferrari vai efetivar o espanhol como primeiro piloto e restará a Massa o papel de escudeiro. O que não é de todo mau. Ser coadjuvante privilegiado com milhões de dólares na conta é o sonho de muita gente.
Quando Barrichello começou a carreira na Europa a torcida brasileira ficou dividida entre ele e Christian Fittipaldi. No automobilismo brasileiro a dicotomia entre bom moço e quebrador de parâmetros remonta ao sucesso de Emerson na Fórmula 1. O desvabrador das pistas d'além mar tornou-se príncipe. Cabelos penteados e costeleta. E que costeleta! Pace incorporou o espírito de Interlagos, sempre mais rápido do que Emerson, sempre atrás de Emerson. Anos depois começou a era Piquet, detestado pela mídia brasileira. O sempre "3 doses acima", Tarso de Castro, chegou a afirmar que ele era um europeu nascido no Brasil. O contraponto nasceu com o surgimento de Senna. Rápido, ou melhor rapidíssimo. Senna ganhou corridas e incorporou o bom moço. (casto e familiar) Piquet ficou com as mulheres, os iates, os aviões e a fama de mau. (pecador) Senna morreu, Piquet envelheceu e Barrichello continua em busca do graal, Christian sumiu das pistas, tem sido visto em revistas de decoração. Massa ia bem até que a peça do carro de Rubinho acertou sua cabeça. Tomara que volte a andar na frente. Pelo menos na frente do espanhol.
Tenho interesse em Fórmula 1 apenas na largada e na chegada. A corrida aborrece. Duas horas ouvindo Galvão Bueno reduz o QI. Meu velho amigo Tom foi fazer um documentário em Cuba. Trabalhando como cameraman. Adorou a terra de Fidel, quase ficou por lá, só não ficou por que os cubanos não deixaram. Ele me contou de uma inesquecível palestra de Fidel. Era domingo, a reunião começou às duas da tarde. Ele e a namorada cubana foram prestigiar com bandeirinhas na mão. Por volta das quatro e meia, cansados, fizeram uma pausa na sorveteria Copélia. Depois foram ao apartamento dela namorar. Voltaram à praça por volta das sete e ainda acompanharam Fidel por meia hora. Os interlúdios lúdico-ideológicos do Comandante eram comuns na Ilha. Nesse dia a conversa foi considerada breve. Passo.
O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, fez ontem, sexta-feira, um giro por quatro cidades - Carapicuíba, Itapevi, Jandira e Barueri - ao lado do vereador Netinho de Paula (PC do B), pré-candidato ao Senado. Está escrito assim na Folha, reproduzo e fico imaginando o que vai pela cabeça do senador. Mercadante foi contra o Plano Real. Disse que não ia dar certo. Errou. O plano deu certo. Mercadante é economista. Dificilmente voltará ao Senado. Mercadante e um disco-voador são semelhantes. Tem gente que acredita. Netinho de Paula? Quem é? Comunista? Modernidade é isso.
O último álbum dos Beatles faz aniversário hoje. "Let it be". Quarenta anos. Envelhecer ou não envelhecer, that's the question. Um colega de outros tempos optou por não envelhecer. Lançou-se do 16º andar. Tinha menos de 40 anos. Fiquei chocado. Outros amigos morreram depois. Câncer, aids, enfarte. Alguns envelhecem. Próstata, diabetes, pressão alta, depressão, acidente, assalto, tsunami, vulcão, alcoolismo, terremoto, overdose, alzheimer. Todos os caminhos levam a Roma. (All roads lead to Rome)
Por falar em último, a última canção gravada pelos Beatles (sem John Lennon) foi I Me Mine, de George Harrison, em 3 de Janeiro de 1970. “I Me Mine”, em expressão traduzida quer dizer: “Eu sou mais eu”.
Em 1967/68 estudantes de esquerda tinham vergonha de usar jeans (calças Lee) e não ouviam jazz. Também não ouviam a voz das ruas, não tinham interesse no que o povo pensava. Curioso, diziam querer salvar o povo. A falta de sensibilidade culminou com a luta armada. A ordem era derrubar a ditadura militar e implantar o comunismo, outra ditadura. Sairam para a luta a partir da visão equivocada de que teriam apoio popular. Não tinham. Perderam. Todos queriam o fim da ditadura, questão de sensibilidade. Havia brucutus que apoiavam a ordem obscurantista. Sempre haverá. Saudades daqueles tempos. Eu ouvia Dave Brubeck, Mahalia Jackson, Beatles e usava calças Lee. Mesmo assim tive o desprazer de ser hóspede de Romeu Tuma. Comunismo. Estou fora. Ditadura. Estou fora. Viva a Democracia.
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