Papo do Editor
Bomba, bomba...
Sidney Borges
Com a frase bombástica do título o cronista social Ibrahim Sued abria seu bate papo diário na TV Globo. Naquele tempo podia, pelo andar da carruagem se alguém fizer isso hoje os telespectadores fogem. No Brasil nem tanto, a moda dos carros explosivos ainda não chegou, estamos na fase AK-47, mas no Império é diferente. Depois do 11 de setembro toda cautela será bem-vinda.
No país do futebol, do carnaval e de Lula não temos ataques terroristas. Pelo menos não como lá, aqui gorgeia diferente o sabiá, mas há ensaios. Há dias um carro explodiu no Rio de Janeiro. Blindado e escoltado por dois veículos repletos de seguranças. Atentado contra um chefão do jogo. Matou o filho dele que estava dirigindo apesar de ser menor e não ter habilitação.
A bomba da Times Square de Nova Iorque não explodiu e fez explodir meu coração de saudades do programa Times Square da TV Excelsior, a mãe de todas as tevês, onde tudo começou. Novelas entre jornal, uma pra levantar a bola e a outra pra pegar a bola levantada. No recheio noticioso pitadas de pimenta. Depois: "A moça que veio de longe". Ou "O Direito de Nascer". No horário nobre das 21h00 vinha o show com quadros que imitávamos no dia seguinte na escola. "Coral dos Bigodudos": tchin, tchin, tiririn tchin tchin; tchin, tchin, tiririn tchin tchin; peguei guardei, chacoalhei, guardei, tornei pegá, chacoalhá e guardá e cololocá no mesmo lugáááááá. Engraçadíssimo. Pensando bem, nem tanto, mas juro que em 1963 era de arrebentar de rir.
Desconfio que a pimenta política não agradou os milicos. Cortaram as asas da Excelsior e da Panair, empresas do grupo Simonsen. A Globo ficou com o espólio televisivo e virou isso que está aí hoje. A Varig herdou aviões e rotas da extinta Panair. Demorou mas acabou por tomar um gol. Ou melhor, hoje faz parte da Gol.
Mudei de assunto, comecei falando de bombas. Volto. Foi a terceira tentativa terrorista frustrada. Primeiro o terrorista trapalhão do avião errou o pavio e colocou fogo no piu-piu, digo, na perna. Hoje o assunto é a bomba montada no Nissan Pathfinder verde da Times Square. Talibans do Paquistão reinvindicam a autoria. Bombas que não explodem nos Estados Unidos lembram armas de destruição em massa no Iraque.
Na minha cabeça uma erupção de desconfiança toma forma e se espalha em cinzas sufocantes, fazendo contraponto à lavagem cerebral perpetrada por Hollywood. Fico remoendo: será que a bomba existiu? Ou foi trama para mostrar a eficiência dos órgão de combate ao terrorismo? Sei que parece insano tal pergunta, mas depois dos fiascos dos últimos tempos é possível imaginar qualquer coisa quando se trata da nação do norte.
"Pelo petróleo mentiremos, invadiremos, mataremos e arrasaremos".
Com a graça de Deus.
Twitter
Sidney Borges
Com a frase bombástica do título o cronista social Ibrahim Sued abria seu bate papo diário na TV Globo. Naquele tempo podia, pelo andar da carruagem se alguém fizer isso hoje os telespectadores fogem. No Brasil nem tanto, a moda dos carros explosivos ainda não chegou, estamos na fase AK-47, mas no Império é diferente. Depois do 11 de setembro toda cautela será bem-vinda.
No país do futebol, do carnaval e de Lula não temos ataques terroristas. Pelo menos não como lá, aqui gorgeia diferente o sabiá, mas há ensaios. Há dias um carro explodiu no Rio de Janeiro. Blindado e escoltado por dois veículos repletos de seguranças. Atentado contra um chefão do jogo. Matou o filho dele que estava dirigindo apesar de ser menor e não ter habilitação.
A bomba da Times Square de Nova Iorque não explodiu e fez explodir meu coração de saudades do programa Times Square da TV Excelsior, a mãe de todas as tevês, onde tudo começou. Novelas entre jornal, uma pra levantar a bola e a outra pra pegar a bola levantada. No recheio noticioso pitadas de pimenta. Depois: "A moça que veio de longe". Ou "O Direito de Nascer". No horário nobre das 21h00 vinha o show com quadros que imitávamos no dia seguinte na escola. "Coral dos Bigodudos": tchin, tchin, tiririn tchin tchin; tchin, tchin, tiririn tchin tchin; peguei guardei, chacoalhei, guardei, tornei pegá, chacoalhá e guardá e cololocá no mesmo lugáááááá. Engraçadíssimo. Pensando bem, nem tanto, mas juro que em 1963 era de arrebentar de rir.
Desconfio que a pimenta política não agradou os milicos. Cortaram as asas da Excelsior e da Panair, empresas do grupo Simonsen. A Globo ficou com o espólio televisivo e virou isso que está aí hoje. A Varig herdou aviões e rotas da extinta Panair. Demorou mas acabou por tomar um gol. Ou melhor, hoje faz parte da Gol.
Mudei de assunto, comecei falando de bombas. Volto. Foi a terceira tentativa terrorista frustrada. Primeiro o terrorista trapalhão do avião errou o pavio e colocou fogo no piu-piu, digo, na perna. Hoje o assunto é a bomba montada no Nissan Pathfinder verde da Times Square. Talibans do Paquistão reinvindicam a autoria. Bombas que não explodem nos Estados Unidos lembram armas de destruição em massa no Iraque.
Na minha cabeça uma erupção de desconfiança toma forma e se espalha em cinzas sufocantes, fazendo contraponto à lavagem cerebral perpetrada por Hollywood. Fico remoendo: será que a bomba existiu? Ou foi trama para mostrar a eficiência dos órgão de combate ao terrorismo? Sei que parece insano tal pergunta, mas depois dos fiascos dos últimos tempos é possível imaginar qualquer coisa quando se trata da nação do norte.
"Pelo petróleo mentiremos, invadiremos, mataremos e arrasaremos".
Com a graça de Deus.
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