Deu em O Globo
Querer é poder?
De Merval Pereira
A grande incógnita dessa eleição é o alcance do poder de influência do presidente Lula sobre os eleitores.
A se levar em conta suas atitudes públicas e notícias que saem em pílulas sobre seu estado de espírito, ele parece convencido de que tem força suficiente para fazer o que quiser, mesmo chegando ao fim do mandato, o que aliás não está lhe fazendo muito bem.
O presidente Lula, que prometera voltar para São Bernardo do Campo quando saísse da Presidência da República, já está anunciando que continuará na política, e parece disposto a tudo para fazer sua sucessora.
Agora mesmo, na comemoração sindical do 1 de maio, onde mais uma vez afrontou a Justiça Eleitoral, Lula fez questão de ressaltar que os trabalhadores sabiam quem ele quer para suceder-lhe.
Ora, ao contrário do dito popular, querer não é poder. Lula no máximo pode achar que Dilma é mais talhada para o cargo, e indicá-la como a melhor opção, mas não pode dar uma ordem ao eleitorado; no máximo, pode tentar convencê-lo de que ela é a candidata ideal para continuar seu projeto.
Mas impô-la como sua escolha, basta o que já fez com o PT, que teve que engolir sua decisão imperial.
Levar para o palanque essa mesma determinação pode não dar resultado, porque do outro lado há eleitores que têm que ter o direito de escolher recebendo as informações corretas, e não ordens de um guia político que tudo sabe.
Além do mais, as pesquisas indicam que os membros das classes emergentes são conservadores e pragmáticos, e votarão no candidato que considerarem mais capaz de continuar as políticas que os levaram a melhorar de vida, e não por mero agradecimento.
Partiram, por mera coincidência, de dois músicos as explicações mais plausíveis para a eleição estar como está, equilibrada, mas com a oposição consistentemente na frente nas pesquisas eleitorais.
O compositor Guarabira comentou que não há nenhum incoerência no fato de Lula ter 80% de aprovação e o candidato oposicionista Serra continuar na frente.
Segundo ele, muitos desses 80% que consideram o governo Lula ótimo ou bom são eleitores tucanos, que gostam de ver que Lula prosseguiu as políticas econômica e social do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Por sua vez, Chico Buarque declarou que votará em Dilma porque gosta de Lula. Mas fez uma ressalva: Dilma ou Serra, dá no mesmo.
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De Merval Pereira
A grande incógnita dessa eleição é o alcance do poder de influência do presidente Lula sobre os eleitores.
A se levar em conta suas atitudes públicas e notícias que saem em pílulas sobre seu estado de espírito, ele parece convencido de que tem força suficiente para fazer o que quiser, mesmo chegando ao fim do mandato, o que aliás não está lhe fazendo muito bem.
O presidente Lula, que prometera voltar para São Bernardo do Campo quando saísse da Presidência da República, já está anunciando que continuará na política, e parece disposto a tudo para fazer sua sucessora.
Agora mesmo, na comemoração sindical do 1 de maio, onde mais uma vez afrontou a Justiça Eleitoral, Lula fez questão de ressaltar que os trabalhadores sabiam quem ele quer para suceder-lhe.
Ora, ao contrário do dito popular, querer não é poder. Lula no máximo pode achar que Dilma é mais talhada para o cargo, e indicá-la como a melhor opção, mas não pode dar uma ordem ao eleitorado; no máximo, pode tentar convencê-lo de que ela é a candidata ideal para continuar seu projeto.
Mas impô-la como sua escolha, basta o que já fez com o PT, que teve que engolir sua decisão imperial.
Levar para o palanque essa mesma determinação pode não dar resultado, porque do outro lado há eleitores que têm que ter o direito de escolher recebendo as informações corretas, e não ordens de um guia político que tudo sabe.
Além do mais, as pesquisas indicam que os membros das classes emergentes são conservadores e pragmáticos, e votarão no candidato que considerarem mais capaz de continuar as políticas que os levaram a melhorar de vida, e não por mero agradecimento.
Partiram, por mera coincidência, de dois músicos as explicações mais plausíveis para a eleição estar como está, equilibrada, mas com a oposição consistentemente na frente nas pesquisas eleitorais.
O compositor Guarabira comentou que não há nenhum incoerência no fato de Lula ter 80% de aprovação e o candidato oposicionista Serra continuar na frente.
Segundo ele, muitos desses 80% que consideram o governo Lula ótimo ou bom são eleitores tucanos, que gostam de ver que Lula prosseguiu as políticas econômica e social do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Por sua vez, Chico Buarque declarou que votará em Dilma porque gosta de Lula. Mas fez uma ressalva: Dilma ou Serra, dá no mesmo.
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