Matriz elétrica nuclear

Suécia planeja reverter política antinuclear e construir novas usinas

ABEN
O governo da Suécia introduziu um projeto de lei que, se aprovado, permitirá a construção de novas usinas nucleares. A iniciativa tem o intuito de substituir os dez reatores em operação no país, que produzem cerca de 40% da energia elétrica nacional, mas estão envelhecendo. As informações são da agência Reuters.

A Suécia esteve à frente do movimento antinuclear europeu deflagrado após o acidente na usina de Three Mile Island, nos EUA, em 1979. Em 1980, os suecos aprovaram, em referendo, o desligamento de seus reatores, mas a política não vingou. O país não conseguiu encontrar fontes capazes de substituir a geração nuclear e, em 1997, decidiu manter a maioria de suas usinas em operação. O plano original era desligar todos os reatores nucleares até 2010, mas apenas dois foram desativados, em 1999 e 2005.

Agora, o governo pretende acabar com a proibição de construir novas usinas para garantir que a geração nuclear continue a ser um dos principais componentes da matriz elétrica sueca. O projeto de lei, proposto pelo ministério do meio ambiente do país, não busca expandir o uso da energia nuclear, mas garante que ele seja mantido nos níveis atuais, promovendo a substituição dos reatores antigos à medida que forem saindo de operação. A meta é manter o número atual de unidades. Nos próximos dez anos, um ou dois novos reatores podem ser construídos. Além disso, a legislação proposta prevê atualizações tecnológicas e aumenta a responsabilidade das operadoras como forma de reduzir os riscos de acidentes.

A tentativa do governo de manter a participação nuclear na matriz elétrica conta com o apoio da população. De acordo com o site “World Nuclear News”, pesquisa realizada em fevereiro – encomendada pela SKGS, entidade que representa a indústria eletrointensiva da Suécia – mostra que 52% dos suecos apoiam a continuação do uso da energia nuclear no país, enquanto 45% são contra.

No que diz respeito à construção de usinas nucleares, 30% apoiam a substituição dos reatores em operação, e 22% afirmam que unidades adicionais devem ser construídas, de forma a expandir o parque nuclear do país. Em contrapartida, 37% disseram que os reatores em operação não devem ser substituídos, e 9% querem o fechamento das usinas nucleares o mais rápido possível.

Além disso, ao serem perguntados sobre qual seria a melhor fonte de geração para criar empregos e evitar mudanças climáticas, 26% responderam que é a energia nuclear. Em seguida, vieram energia eólica (21%), hidroeletricidade (18%), energia solar (14%) e biocombustíveis (12%).

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