Papo do Editor
Matar pode?
Sidney Borges
Em 15 de outubro de 2008 sites de notícias publicaram notas com o seguinte teor: "O médico paulista Eugênio Chipkevitch teve negada liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele quer a revogação do decreto de prisão que o mantém encarcerado desde 20 de março de 2002. Chipkevitch cumpre pena de 114 anos de prisão pela prática de atos libidinosos com meninos adolescentes, seus pacientes, no consultório. As práticas foram gravadas em fitas de vídeo e posteriormente exibidas em programas de televisão."
O médico apresenta forte desvio de conduta, faz sexo com os pacientes depois de sedá-los. A prática não ortodoxa me faz supor que se um dia o "pedófilo" fosse solto e voltasse a clinicar continuaria a agir da mesma forma.
No entanto, não posso deixar de confrontar a pena a que foi submetido, 114 anos de prisão, com a de Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato da menina Isabella, de 5 anos e que teoricamente deveria permanecer encarcerado por 31,6 anos. Na verdade vai ficar afastado da sociedade apenas 10. Com o agravante da vítima ser sua própria filha.
A disparidade na penalização poderia levar alguém a pensar que a sociedade brasileira considera menos danoso matar do que estuprar.
O caso Pimenta Neves é outro exemplo da política de dois pesos e duas medidas da Justiça brasileira. Mostra uma prática que remonta aos tempos coloniais. A quase certeza da impunidade dos poderosos. Assassino confesso e condenado, permanece solto. E, pelo andar da carruagem, tende a ficar assim até o fim de seus dias.
Quando o tema são crimes famosos é impossível não lembrar do assassinato da atriz Daniela Perez, que perdeu a vida aos 22 anos por conta dos ciúmes de uma garota mimada aliada a um imbecil dominado por ela. O crime aconteceu em 1992, os assassinos estão livres, leves e soltos. Cuidado, se forem contrariados poderão matar novamente. Não fique no caminho deles.
A vida é barata no Brasil. Mata-se por nada e, dependendo de quem matou, de sua conta bancária e influência na sociedade, o crime não terá castigo.
O resultado da impunidade pode ser visto nas ruas. A violência só faz aumentar.
Twitter
Sidney Borges
Em 15 de outubro de 2008 sites de notícias publicaram notas com o seguinte teor: "O médico paulista Eugênio Chipkevitch teve negada liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele quer a revogação do decreto de prisão que o mantém encarcerado desde 20 de março de 2002. Chipkevitch cumpre pena de 114 anos de prisão pela prática de atos libidinosos com meninos adolescentes, seus pacientes, no consultório. As práticas foram gravadas em fitas de vídeo e posteriormente exibidas em programas de televisão."
O médico apresenta forte desvio de conduta, faz sexo com os pacientes depois de sedá-los. A prática não ortodoxa me faz supor que se um dia o "pedófilo" fosse solto e voltasse a clinicar continuaria a agir da mesma forma.
No entanto, não posso deixar de confrontar a pena a que foi submetido, 114 anos de prisão, com a de Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato da menina Isabella, de 5 anos e que teoricamente deveria permanecer encarcerado por 31,6 anos. Na verdade vai ficar afastado da sociedade apenas 10. Com o agravante da vítima ser sua própria filha.
A disparidade na penalização poderia levar alguém a pensar que a sociedade brasileira considera menos danoso matar do que estuprar.
O caso Pimenta Neves é outro exemplo da política de dois pesos e duas medidas da Justiça brasileira. Mostra uma prática que remonta aos tempos coloniais. A quase certeza da impunidade dos poderosos. Assassino confesso e condenado, permanece solto. E, pelo andar da carruagem, tende a ficar assim até o fim de seus dias.
Quando o tema são crimes famosos é impossível não lembrar do assassinato da atriz Daniela Perez, que perdeu a vida aos 22 anos por conta dos ciúmes de uma garota mimada aliada a um imbecil dominado por ela. O crime aconteceu em 1992, os assassinos estão livres, leves e soltos. Cuidado, se forem contrariados poderão matar novamente. Não fique no caminho deles.
A vida é barata no Brasil. Mata-se por nada e, dependendo de quem matou, de sua conta bancária e influência na sociedade, o crime não terá castigo.
O resultado da impunidade pode ser visto nas ruas. A violência só faz aumentar.
Comentários