Fim do bloqueio

Mezzo socialista, mezzo capitalista, ainda ditadura e sem dar muita bola para a crise mundial, segue a pequena ilha de Cuba, onde Colombo aportou em 1492, achando que havia chegado na Ásia e jurando que era um continente.

Se a geografia desmentiu o descobridor, as circunstâncias da história fizeram da Cuba socialista um continente isolado no Caribe. Hoje, em comum com os adversários americanos, os cubanos têm a esperança em Barak Obama.

“Com ele teremos chance de por fim ao bloqueio (americano), para acabar com tantos anos de sacrifícios e dificuldades de nós cubanos”, espera Gertrudes, a velha lixeira orgulhosa de seu ofício, membro do Partido Comunista Cubano e defensora da Revolução.

Com pequenas variantes o otimismo é repetido por muitas bocas cubanas. Na Cuba mestiça Obama é esperança e também orgulho: um negro presidente dos Estados Unidos! Também botam fé que a loura Hillary Clinton irá se empenhar na costura da reaproximação com o ex-colonizado.

“Uma mulher terá mais sensibilidade para isso”, acredita Ira, uma jovem médica que tem muchos parentes em Miami.

- Mas e os cubanos anti-castristas de Miami deixarão? – pergunto.

Um suspiro e a resposta sonhadora:

- Eles pensarão em nós. Não é mais tempo para ódios.

- E a crise mundial?

Um sorriso e a ironia:

- Não há desemprego em Cuba, nem bolsa de valores, nem commodities... hace mucho tiempo. Aqui dividimos igualmente a pobreza. A riqueza ainda é para poucos – grandes burocratas, alguns artistas e os muito espertos. Quem sabe Obama ajuda don Raul a mudar isso” -, brinca o jovem engenheiro, garçom de um hotel cinco estrelas.

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