Entendendo o mundo

O fim do ciclo

Sidney Borges
Para que serve um relógio? Obviamente para marcar as horas e nos manter dentro dos compromissos da atribulada vida moderna. Há, no entanto, relógios que marcam as horas e servem de identificador social. Os da marca Rolex, por exemplo, usar um é exibir diploma de "bem de vida".

Antes da tecnologia digital as máquinas Rolex tinham uma particularidade, o movimento uniforme do ponteiro dos segundos.

Velocidade constante, sem saltos, funcionamento mecânico baseado em dezenas de minúsculas engrenagens montadas sobre mancais de rubis.

Em certa época, nos anos da década de 1980 havia uma indústria de roubo de Rolex em São Paulo, cuja sede se situava na esquina das avenidas Faria Lima e Rebouças. Os ladrões eram sempre os mesmos, de vez em quando iam em cana. O advogado os esperava na delegacia, logo estavam "trabalhando" novamente.

O produto da rapina era desovado em Pinheiros, no escritório de um famoso receptador. Os relógios eram exportados para a Argentina e para outros estados do Brasil, até serem roubados por lá e reexportados para cá.

O comércio interessava a gregos e troianos. Caso o receptador fosse preso e não houvesse para quem vender a mercadoria os ladrões não roubariam. Simples não é mesmo?

O sistema bancário da Suiça tem semelhanças com o comprador de Rolex da Teodoro Sampaio.

A inviolabilidade das contas numeradas dá respaldo à ilegalidade. É o abrigo que incentiva o caixa 2 do mundo. Os limpinhos suiços não se interessam pela origem do dinheiro, apenas o guardam com desvelo e carinho.

Pode ser proveniente de corrupção, tráfico de drogas, roubo, venda de órgãos humanos, prostituição de criancinhas, tanto faz.

Suíços são pragmáticos, honestos, trabalhadores e tem parte da prosperidade nacional baseada no líquido que verte de uma torneira que nunca fecha completamente.

Dela pingam gotas fétidas de sangue humano em decomposição.

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