Coisas do amor...

De flecha na mão

Nurit Bensusan (Clique aqui e leia o original)
Cenas de um futuro próximo:


1. Levou um fora da pessoa bem amada? Nada de semanas ou meses de depressão, simplesmente uma pílula que garante que você deixe de amá-la.


2. Você vislumbra a nora ideal, mas seu filho não dá bola para a mina? Acabaram seus problemas, um pozinho diluído no café dele e amor assegurado!

3. Você ama um vagabundo, sem-vergonha e pilantra? Tome um comprimidinho e poderá dizer adeus ao malandro, sem remorso, nem dor...

4. Apesar de gostar muito de uma mulher, o parceiro decide abandoná-la dado que seus exames mostram que ela é muito propensa à infidelidade...

O amor sempre pareceu inexplicável, mas bem vindo ao admirável (?) mundo novo! Agora, pesquisadores estão tentando isolar e identificar os componentes neurais e genéticos dessa emoção e, aparentemente, estão próximos de reduzir certos estados mentais associados ao amor a uma cadeia de eventos bioquímicos. Em um artigo publicado na revista Nature, aventa-se a possibilidade futura de drogas que aumentem ou diminuam o amor (http://www.nature.com/nature/journal/v457/n7226/full/457148a.html).

Mas, não é só isso - como se fora pouco. Outro artigo recente traz um estudo que mostra que mulheres com maiores níveis de estradiol, um hormônio do ovário, têm mais chances de trair seus parceiros. Absolutamente incrível: até que ponto seremos isso, um conjunto de hormônios e cadeias de reações bioquímicas?

Talvez Leminski tenha sido um visionário quando disse, em um dos seus poemas: "o amor, esse sufoco,/agora há pouco era muito,/ agora, apenas um sopro". Desconfio seriamente, entretanto, que ele não se referia a componentes neurais e genéticos, nem ao futuro comprimido anti ou pró-amor. Aliás, dou uma sugestão para o nome das drogas: cupidex e descupidex.

Que é interessante é, mas que o mundo vai ficar mais sem graça... ah, isso vai...

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