O circo chegou...



GRAN CIRCO MUNICIPAL CIDADE DE UBATUBA

Armado na Avenida Iperoig, em frente a Praça de Exposição dos Artistas Plásticos, proporcionou, nessa semana que passou, 2 grandiosos espetáculos para a população. O primeiro a peça “Praia Grande. Grandes Interesses Financeiros” e, o outro, na sexta-feira, “Merenda: Nossa Única Verdade Única” ou “Como Pagar a Divida em Birigui”. Como observador e crítico circense me aterei ao último espetáculo. Casa lotada, no picadeiro o mestre de cerimônia, que também fazia o papel do palhaço, chamava os demais atores, desculpando–se pela ausência do grande mágico e mago (conseguiu ludibriar um juiz recentemente e 12.109 pessoas no dia 03 de outubro de 2004) que encontrava–se na cidade de Itu em outro espetáculo. Logo de inicio, o mestre de cerimônia, já foi avisando a platéia e a claque, formada por comissionados, levada na tentativa de evitar as vaias (que viria com certeza pela baixa qualidade do espetáculo e dos protagonistas), que não poderiam se manifestar, no máximo, somente respirar e, mesmo assim, não muito profundo pra não esgotar o ar do recinto lotado pela claque. Entra em cena um ator, contratado a um custo altíssimo para apresentar seus números maquiados em requintado malabarismo amador. Após uma longa apresentação é chamada uma jovem e bela atriz, completamente iniciante nas artes circenses, para apresentar a arte do contorcionismo. Pela sua inexperiência e pouco preparo, arrancou gargalhada da platéia e efusivas palmas da claque para desespero do mestre de cerimônias e palhaço, que, alterado, gritava ao microfone que a platéia só podia se manifestar por escrito, pedindo, inclusive, a platéia, que não se conformava com tamanho amadorismo, para que deixassem o recinto, sob a ameaça de interromper o espetáculo definitivamente. Nem mesmo o único representante eleito por grande parte da claque e da platéia teve o direito de falar. Alguém, percebendo, que esse show era somente para arrancar dinheiro do público da cidade, algo em torno de R$ 5 milhões/ano, jogou algumas moedas para ajudar nessa empreitada amadoristica desses sequazes. Pelo inconformismo da platéia e alivio da claque, que desejava estar em casa se não tivesse sido convocada às pressas ao final da tarde daquele dia, o mestre de cerimônia e palhaço da trupe deu por encerrado o espetáculo. A esse show chamou–se Audiência Pública sem manifestação pública. Apresentação muito ruim para um circo que prometia ética, transparência e participação popular nos destinos da arte circense.


Afonso Ricca
Professor Escola Estadual
Representante da APEOESP no Movimento Civil Contra a Forma da Terceirização da Merenda Escolar em Ubatuba

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