Na cata do bandido



Luiz Moura
Quem não deve não teme. Cada vez que escrevo algo que contenha referência aos quiosques existentes em Ubatuba recebo uma ameaça via Internet. As três últimas publicações que aventaram o assunto geraram as seguintes mensagens: "Aguarde companheiro... Chifrudo nenhum fará mais esse comentário." [De olho em Ubatuba - 13/01/06 (13/01/2006 - 10h07)], "Você continua filho da puta como sempre... Cara, você ta marcado... Tome muito cuidado... A coisa que eu mais espero, é encontrar com você tipo 5h00 da manhã. Quando isso acontecer, você ta fodido... Espere..." [De olho em Ubatuba - 19/01/06 (19/01/2006 - 11h01)] e "Filho de uma prostituta, se fosse você não faria brincadeira com coisa tão séria. Sua hora vai chegar... Segurança também vai virar comida de camarão... O que mais gosto é a hora certa!" [As ameaças continuam... (21/01/2006 - 12h20)]. Todas estas ofensas divulgam um falso e-mail.
Acabaram me irritando.
As contínuas intimidações me fazem supor a existência de irregularidades nos módulos especiais de comércio de praia. Para ajudar a municipalidade na apuração das anormalidades existentes, criei um grupo de estudos para levantar os problemas gerados por este tipo de comércio, no município de Ubatuba. O grupo composto inicialmente por advogados, arquitetos e engenheiros iniciou os trabalhos analisando as leis municipais de número 779, de 14 de outubro de 1985, que estabelece normas para o exercício do comércio praticado nas praias do Município de Ubatuba em traillers, barracas, quiosques e módulos e a de número 840, de 05 de novembro e 1986, que estabelece normas para o exercício do comércio nas praias do Município da Estância Balneária de Ubatuba. A partir das alterações destas leis e dos desmandos cometidos chegamos ao caos em que se encontra, por exemplo, a praia Grande. Clique nos números das leis a seguir para conhecê-las:
779 e 840 (os arquivos estão no formato pdf).
Vamos discutir os aspectos arquitetônicos, urbanísticos, ecológicos, turísticos, econômicos, enfim, tudo o que for relevante no equacionamento do problema. Você pode contribuir com documentos, fotos, esboços, sugestões, críticas, questionamentos etc. que devem ser enviados para o e-mail
quiosquesdeubatuba@gmail.com. A população carece saber: Qual o real retorno que os munícipes e/ou visitantes têm com a existência deste tipo de comércio? Qual a influência dos módulos no comércio tradicional? Qual é o montante de recursos municipais direcionados na manutenção de tal comércio? Este montante é compatível com o utilizado na manutenção do comércio tradicional? Quais os privilégios conseguidos, ao longo do tempo, pelos permissionários dos módulos especiais de comércio de praia? O número de empregos gerado, neste tipo de comércio, é apenas ocasional ou os funcionários são mantidos ao longo do ano? Todos (os funcionários) possuem registro em carteira? A Vigilância Sanitária garante a preservação da saúde pública nestes estabelecimentos? A permissão de determinadas atividades nos quiosques não prejudica outros comerciantes e/ou prestadores de serviços? As permissões estão regulares? Já foram feitas as licitações exigidas pela legislação? A destruição do patrimônio visual com a construção daqueles trambolhos é o que queremos para o desenvolvimento de um turismo de qualidade? Muitas são as perguntas que, há muito, permanecem sem respostas.
Recebo uma grande quantidade de e-mails apontando problemas em nosso município, mas com a solicitação de ocultar a identidade do denunciante. Não podemos ter medo quando defendemos a verdade. Temos que denunciar os desmandos para o Ministério Público, Imprensa, Prefeitura, sindicatos, associações de bairros, Câmara Municipal, Polícia Federal, associações de classes, Receita Federal, organizações de defesa do meio ambiente, para os órgãos responsáveis pela manutenção da lei e da ordem. Vamos dar um basta nos abusos que impregnaram o município. Lutemos por uma Ubatuba melhor.
Quando a administração Eduardo César (?) iniciou o crime ambiental, que continua cometendo, caracterizado (dissimuladamente) pela ampliação do calçadão da avenida Leovigildo Dias Vieira, diminuindo a largura da praia do Itaguá, comentamos sobre um possível aumento da "área de atuação dos quiosques". Minhas suspeitas se concretizaram. Basta comparar o antes (clicando
aqui) e o depois (foto acima). A área "ampliada pela Prefeitura" (atrás do quiosque, mas de frente para o mar) serve de depósito, foram acrescidas estruturas fixas para suportar toldo em ambos os lados do quiosque, obstáculos que servem para colocação de guarda-sóis colocam em risco o tráfego de pedestres etc. Não podemos esquecer que a Prefeitura suprimiu uma rampa de entrada/saída de barcos, ampliando ainda mais a área.
A denúncia de atrocidades como esta é que tem gerado as ameaças que recebo. Eu tenho que ver tudo isso e ficar calado

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu