Saúde em questão



Será que temos a memória tão curta?

Mara Cibele Franhani
Não faz tanto tempo que o único hospital da cidade era vítima de verdadeiros desmandos. Vocês se lembram? Havia espera de até dez horas para atendimento no Pronto Socorro, médicos ganhavam verdadeiras fortunas à custa de um hospital em decadência, faltava remédios, materiais e até alimentos...

De acordo com o último relatório emitido pelo órgão fiscalizador do Sistema Único de Saúde, chamado Denasus, no primeiro mês de intervenção, foram encontradas as seguintes falhas: problemas das instalações e equipamentos, camas enferrujadas, colchões rasgados e cobertos com sacos de lixo, equipamentos vitais, como respiradores e monitores, totalmente sucateados.

Além disso, rede de oxigênio com problemas de vazamento, falta de cumprimento das escalas médicas, falta de equipamentos de segurança ao trabalhador, cobrança indevida de pacientes do SUS pelo laboratório, déficit na equipe de enfermagem, falta de estrutura física, como presença de mofo nas paredes, infiltrações e falta de ventilação, entre outras coisas.

Quem relata isso são os auditores do Denasus, cujo relatório está no hospital para quem quiser ver. Podemos relatar ainda que não se recolhia os encargos sociais dos funcionários como FGTS, INSS e IRRF, abandono de plantão sem responsabilização de ninguém, desleixo no atendimento médico, falta de produtos de limpeza, e dedetização. Tinha ratos e baratas na Santa Casa.

Era assim que o nosso hospital funcionava. Isso tudo, com a conivência de pessoas que hoje se dizem defensores do hospital. Na época do conselho gestor, tinha um tal ELIAS LEOPOLDO GUERRA que, esse sim, por estar em situação irregular na Santa Casa, foi afastado. Enquanto o hospital padecia na miséria, ele tinha uma secretária exclusiva, gastava fortunas com ligações telefônicas. A refeição dele era servida todos os dias, de graça, pela cozinha do hospital. E o que ele fez?

Hoje, a Santa Casa ainda tem problemas, claro. São diversas ações trabalhistas, um déficit de, aproximadamente, 19 milhões de reais (herança recebida de outras administrações) e um déficit mensal de aproximadamente 200 mil reais, mas com toda essa dificuldade - que não é segredo para ninguém - estamos conseguindo mudar a realidade do hospital.

Iniciamos o processo de compra os equipamentos da UTI, que funcionará na nova ala do hospital. Estamos na fase final da reforma da ala inferior, construção de uma capela ecumênica. O elevador de macas já está instalado, compramos inúmeros equipamentos de uso hospitalar, o hospital está com quase todos os seus débitos fiscais parcelados, como FGTS, IRRF e concluindo o INSS. O trabalho voluntário está fortalecido e organizado, não existe mais atraso de pagamento dos funcionários. Se isso não é melhora, o que devemos considerar como mudança?

O que acontece na verdade é que quem fala mal já teve a oportunidade de mudar e nada fez pelo hospital, muito pelo contrário. E agora se intitulam paladinos na justiça, não querem ver o bem da SANTA CASA e sim seu próprio bem.
Mara Cibele Franhani

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