Opinião

Por uma ética planetária

Raul Marino Jr.
Os fatos e os acontecimentos que se têm desencadeado nos últimos anos dentro de nossas fronteiras têm nos levado a estudar melhor as hoje pouco lembradas ciências da Ética, da moral e da Bioética.


Muitos falam delas em palanques e na mídia visual e escrita, mas poucos nos explicam seu significado, sobretudo se empregadas na melhoria e orientação de nossa convivência coletiva, no comportamento dos governos, de nossos políticos e de nosso povo em relação ao restante do universo neste terceiro milênio.

Pode-se definir Ética como um conjunto de normas que regulamentam o comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo, médicos, advogados, psicólogos, odontólogos, etc., e até políticos...

É normal que esses grupos tenham o seu próprio código de ética - que normatiza suas ações específicas -, e seu princípio fundamental é o respeito à dignidade e à sacralidade do ser humano como sujeito atuante e autônomo, e que nos permite entender e analisar a vida moral. Essas normas mantêm a sociedade aglutinada e, quando são afrouxadas, a comunidade e a Nação começam a se desintegrar, necessitando de reforço das leis. Ela é, portanto, um sistema de valores morais, direitos e deveres que nos levam a ter caráter, mas um caráter humano ideal em nossas ações e fins.

A Antropologia demonstra que o homem é o único animal moral e que ele ou é ético ou não é homem. A Sociologia, por sua vez, demonstra que nenhum homem pode ser ético ou moral sozinho - ele precisa viver entre seus semelhantes para sê-lo. Sozinho, o homem pode não saber quem ele é nem para onde vai, nem ser responsável por seus atos.

A moral, às vezes considerada como ciência, é também uma arte: a arte de viver e como viver como um ser humano, dentro dos bons costumes e usando bem sua liberdade. Mas, o que é mais importante, ela tem suas leis: as leis para a felicidade humana, promulgadas no Decálogo em apenas 10 linhas e nas 8 linhas das bem-aventuranças do Sermão da Montanha. Projeto que Hans Küng, um dos maiores teólogos da atualidade, denominou de "Ética Mundial" ou Planetária, que tanto se faz necessária no caos moral em que vivemos!

Nenhum tratado filosófico conseguiu superá-la, consagrando a moral como a estética e a ciência do espírito, que nos ensina o que fazer com a nossa vida, colocada em nós como um dom pelo criador, e que nos ensina a considerar o amor desinteressado ou ágape como fundamento de toda ética e do conhecimento da verdade como manifestação de uma lei natural e eterna.
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