Halloween

A Loira do banheiro
Sidney Borges
É uma história de assombração antiga, do tempo em que as pessoas acreditavam em assombração, embora ainda exista quem acredite. Tem gente que acredita em tudo, até em promessa de político.
Era uma vez uma adolescente de cabelos loiros que costumava matar aulas no banheiro da escola. Ela não entendia nada do que os professores diziam e junto com as amigas, nem todas loiras, se refugiava no banheiro. Lá as meninas faziam fofocas, dormiam sentadas no vaso e fumavam - naquele tempo a juventude fumava tabaco, cannabis era coisa da marginália e só foi incorporada à classe média depois do AI-5. Donde podemos concluir que havia um plano da Ditadura para desestabilizar a família brasileira. He, he, he...
Um dia ela estava sozinha, deu uma tragada profunda no Minister, engasgou, arregalou os olhos, tentou gritar e a voz não saiu. A faxineira disse ao delegado que ouviu alguma coisa parecida com humpf, cof, crunck. Depois silêncio total.
Pois é, silêncio total. A loira bateu as botas.
A partir desse dia ela se transformou em fantasma e passou a assombrar os banheiros das escolas americanas. Talvez seja por isso a preferência dos estudantes brasileiros pela Austrália e Nova Zelândia para estudar inglês.
Além de não ter fantasma, todo mundo fala português.
Em Curitiba tem a Loira do Taxi. Muito bonita, ela entra e pede um destino ao taxista. De repente, some. Sem pagar a conta.
A Loira do Banheiro tem uma versão em quadrinhos de Maurício de Souza. "Mônica e a Loira do Banheiro". Para ler e se divertir. Clique aqui.
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