Chávez again

O protetor da Bolívia

A quem interessa um golpe de Estado na Bolívia, para apear do poder o presidente Evo Morales? Na Bolívia, a ninguém. O país está completando 25 anos de regime democrático, trôpego, é verdade, e as forças políticas que desde a independência trocavam o governo pela força, a cada dois anos, já não têm condições para tanto. Os militares já não são protagonistas políticos. Os sindicatos mineiros perderam importância. Os empresários da região mais desenvolvida do país querem autonomia, mas não à custa de sangue e caos. Os partidos dedicam-se apenas à luta parlamentar na Assembléia Constituinte, com a oposição bloqueando as tentativas de Evo Morales de fazer uma constituição "bolivariana", restritiva das liberdades fundamentais. Os movimentos sociais podem criar impasses institucionais, mas não têm estrutura para assumir as responsabilidades do poder autocrático. Na verdade, os presidentes bolivianos que não completaram seus mandatos, nos últimos anos, caíram por suas fraquezas, não em razão de algum golpe. Dos Estados Unidos não vem ameaça alguma - nem o relaxamento do combate ao narcotráfico pelo governo de Evo Morales, um antigo líder cocalero, criou antagonismos que possam levar à desestabilização do regime. Os países vizinhos, por sua vez, a começar pelo Brasil, têm demonstrado excepcional tolerância e boa vontade com um governo que não respeita tratados e contratos. O golpe de Estado que está em marcha na Bolívia é o do presidente Evo Morales que pretende copiar lá o modelo bolivariano do coronel Chávez. Só quem fala em ameaça de golpe contra o governo boliviano é exatamente o coronel Chávez, com uma insistência que levanta a suspeita de que está interessado nele.No domingo, sem mais nem porque, em seu programa Alô, presidente, desta vez transmitido de Cuba, o presidente da Venezuela fez sua contra-ameaça: "Se a oligarquia boliviana conseguir derrubar Evo ou assassiná-lo, saibam vocês, oligarcas da Bolívia, que os venezuelanos, não vamos ficar de braços cruzados. Tenham muito cuidado, porque não seria o Vietnã das idéias, seria o Vietnã das metralhadoras, o Vietnã da guerra. Saibam disso."
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