Quente, muito quente...
O Malfazejo
Ele chegou. Visitante indesejado e dissimulado, veio de mansinho, de um jeito que sua presença nem foi muito notada. Era uma visita prevista para mais tarde, bem mais tarde. Porém ele nos enganou. Chegou com uma antecedência e uma violência supreendentes.
Mas não podemos reclamar porque, de uma forma ou de outra somos todos responsáveis não só pela criação, como pela chegada antecipada deste belipotente Frankenstein. Perverso, sua aproximação traz perspectivas devastadoras para a humanidade. Senhoras e senhores, o Aquecimento Global já está entre nós.
Para discutir sobre esse nefasto comparecimento, de 29 de janeiro a 2 de fevereiro deste ano aconteceu em Paris mais um encontro de cientistas do mundo todo, reunidos no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.
Procurando fugir do tom naturalmente alarmista que o assunto carrega, eles partilharam opiniões mais amenas, sem discursos radicais, inclusive sem culpar o Grande Vilão, os Estados Unidos, o maior poluidor global, responsável por 25% das emissões de carbono. Entretanto, comprovaram todas as previsões do primeiro encontro que tiveram em 1990, data da primeira reunião. No relatório final, a triste conclusão: o bicho homem é, sim, de modo inequívoco, o grande culpado por essa catástrofe, tem, sim, TOTAL responsabilidade nas alterações climáticas, ao contrário dos que pregavam que nosso planeta apenas está entrando em mais um de seus ciclos naturais.
Um dos grandes destaques foi o cientista francês Hervé Le Treut, climatologista respeitado na Europa até por sua postura moderada e conciliadora, mais técnica, perfilado com a dos cientistas presentes. Mesmo assim, tentando deixar o radicalismo de lado, um dos exemplos usados por ele ilustra muito bem a calamidade já em curso. Para quem acha que a elevação da temperatura em “apenas” 3ºC não é assim uma Brastemp, ele faz uma analogia com a mesma alteração no organismo humano. Quem já teve febre alguma vez na vida conhece bem o mal estar que se instala em nosso corpo quando passamos de 37ºC para 40ºC. Com a Terra não é diferente. Esses “insignificantes” 3ºC a mais provocam uma transformação ambiental ameaçadora: o degelo dos pólos, a elevação do nível dos oceanos, inundações, chuvas torrenciais, furacões cada vez mais agressivos, a desertificação da Amazônia, falta de água potável, a extinção de várias espeécies animais, etc., etc., etc. E, eu ia quase esquecendo de citar, ONDAS DE CALOR CADA VEZ MAIS PROLONGADAS.
Maldito, não é que ele chegou mesmo?
Miriam Tabarro
Ele chegou. Visitante indesejado e dissimulado, veio de mansinho, de um jeito que sua presença nem foi muito notada. Era uma visita prevista para mais tarde, bem mais tarde. Porém ele nos enganou. Chegou com uma antecedência e uma violência supreendentes.
Mas não podemos reclamar porque, de uma forma ou de outra somos todos responsáveis não só pela criação, como pela chegada antecipada deste belipotente Frankenstein. Perverso, sua aproximação traz perspectivas devastadoras para a humanidade. Senhoras e senhores, o Aquecimento Global já está entre nós.
Para discutir sobre esse nefasto comparecimento, de 29 de janeiro a 2 de fevereiro deste ano aconteceu em Paris mais um encontro de cientistas do mundo todo, reunidos no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.
Procurando fugir do tom naturalmente alarmista que o assunto carrega, eles partilharam opiniões mais amenas, sem discursos radicais, inclusive sem culpar o Grande Vilão, os Estados Unidos, o maior poluidor global, responsável por 25% das emissões de carbono. Entretanto, comprovaram todas as previsões do primeiro encontro que tiveram em 1990, data da primeira reunião. No relatório final, a triste conclusão: o bicho homem é, sim, de modo inequívoco, o grande culpado por essa catástrofe, tem, sim, TOTAL responsabilidade nas alterações climáticas, ao contrário dos que pregavam que nosso planeta apenas está entrando em mais um de seus ciclos naturais.
Um dos grandes destaques foi o cientista francês Hervé Le Treut, climatologista respeitado na Europa até por sua postura moderada e conciliadora, mais técnica, perfilado com a dos cientistas presentes. Mesmo assim, tentando deixar o radicalismo de lado, um dos exemplos usados por ele ilustra muito bem a calamidade já em curso. Para quem acha que a elevação da temperatura em “apenas” 3ºC não é assim uma Brastemp, ele faz uma analogia com a mesma alteração no organismo humano. Quem já teve febre alguma vez na vida conhece bem o mal estar que se instala em nosso corpo quando passamos de 37ºC para 40ºC. Com a Terra não é diferente. Esses “insignificantes” 3ºC a mais provocam uma transformação ambiental ameaçadora: o degelo dos pólos, a elevação do nível dos oceanos, inundações, chuvas torrenciais, furacões cada vez mais agressivos, a desertificação da Amazônia, falta de água potável, a extinção de várias espeécies animais, etc., etc., etc. E, eu ia quase esquecendo de citar, ONDAS DE CALOR CADA VEZ MAIS PROLONGADAS.
Maldito, não é que ele chegou mesmo?
Miriam Tabarro
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