Eu sou demais...

Homem do ano

Tia Isolina me condecorou quando fiz quatro anos. Teve solenidade com hino nacional e tudo. Eu, perfilado e emocionado fui muito aplaudido, enquanto tio Joaquim pregava a medalha em meu peito infantil. Fiquei muito orgulhoso por ter recebido a medalha de “sobrinho ilustre de quatro anos”. Depois ganhei a taça de campeão dos comedores de pudim, aos cinco anos, a medalha da primeira comunhão, aos seis e o troféu do jardim da infância, aos sete, quando me formei com honra ao mérito. Continuei sendo premiado e homenageado pela família até que o bonde Fernando Costa acertou o Prefect do tio Joaquim e tia Isolina deixou este vale de lágrimas. Nessa época meu peito já era juvenil e eu já tinha colecionado algumas medalhas por embocar a bola no cesto. Ontem abri um baú velho e encontrei minhas condecorações. É bom ser homenageado, no próximo fim-de-semana vou receber uma taça. Minha mulher é que vai ofertar. Homenagem ao escritor mais lido da Rua Pescada. Comigo é assim, homenagem em cima de homenagem. Qualquer dia conto como me tornei comendador em Miami. Por hoje chega de falar em prêmios. Até o sucesso, quando é demais, aborrece... (Sidney Borges)

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