A dengue e as gotinhas

Rio Preto vai combater dengue com homeopatia

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007, 16:38h.

Nos próximos dias, prefeitura vai disponibilizar em todas as unidades de saúde 100 mil doses de um complexo para os dois tipos da doença.


Chico Siqueira, ESPECIAL PARA O ESTADO, ARAÇATUBA
São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, vai combater a dengue com homeopatia. Nos próximo dias, 100 mil doses de um complexo homeopático serão distribuídas nas 23 unidades de saúde da cidade. O objetivo é tentar bloquear a doença, evitando uma epidemia e tratando os moradores contra a dengue dos tipos clássica e hemorrágica. No ano passado, o município contabilizou mais de 12 mil casos de dengue. Neste ano, já há mais de 300 casos suspeitos e 60 confirmados. A aplicação será feita em uma dose sublingual. Qualquer morador poderá receber o complexo, formado por três tipos de medicamentos: o Eupatorium 30 CH, retirado de uma planta americana; o Crotalus horridus 30 CH (veneno de uma cobra cascavel americana) e o phosphoros 30 CH (fósforo mineral).“O Eupatorium já é usado e tem resultado comprovado contra a dengue clássica, o Crotalus é acrescentado para combater a dengue hemorrágica, e o fósforo mineral é usado no controle da coagulação do sangue”, explica o médico homeopata Renan Marino. No ano de 2001, em caráter experimental, 2 mil doses de Eupatorium 30 CH foram aplicadas no bairro Cristo Rei, que era o mais infectado, reduzindo os casos da doença drasticamente. Hoje, o Cristo Rei é dos bairros com menos casos de dengue na cidade. Segundo a Secretaria de Saúde municipal, o uso da homeopatia foi motivado pelos resultados observados em Cuba.

EXPERIÊNCIA

No ano passado, médicos cubanos usaram o modelo de aplicação do Eupatorium 30 CH desenvolvido por Marino para combater uma epidemia de dengue que lotou os leitos hospitalares de Havana. Além disso, o médico foi contratado para desenvolver uma vacina bioterápica contra a dengue no país a partir de abril. Marino havia apresentado o modelo no Congresso Pan-Americano de Homeopatia, em Havana, em 2003. O diretor técnico da secretaria, Antônio Caldeira, diz que a cidade já tem postos que disponibilizam remédios e tratamento homeopático, mas que esta será a primeira vez que ele estará em todas as unidades.
Segundo ele, enfermeiros e médicos da rede municipal foram treinados para aplicar o produto, cujo custo por unidade será de R$ 0,01. As 100 mil doses custarão apenas R$ 1 mil para os cofres públicos. Cada morador que receber a dose deixará registrados nome, endereço e outros dados na unidade. Esses dados serão usados posteriormente para elaboração de estatísticas sobre a doença no município. Outra cidade que poderá adotar o uso do complexo é Ribeirão Preto. A Secretaria de Saúde do município deverá assinar um convênio com o Instituto de Homeopatia Lamasson, do qual Marino é um dos pesquisadores responsáveis.

SUSPEITA

Ontem, uma menina de 10 anos e uma mulher de 44, ambas brasileiras, morreram em Assunção, no Paraguai, com sintomas de dengue hemorrágica. Com isso, o número de mortes provocadas pela doença no país deve chegar a seis.
Fonte: O Estado de São Paulo



Nota do editor - Estou publicando a matéria acima para dirimir dúvidas que pairam sobre a tão comentada “vacinação” ocorrida na cidade. O medicamento aplicado em Ubatuba, por iniciativa do Dr. Ricardo Cortes, é citado na matéria. Trata-se de um composto homeopático que teria a capacidade de atenuar os efeitos da dengue quando já instalada no organismo e de prevenir a manifestação da forma hemorrágica, muitas vezes fatal. O que é preciso deixar claro é que não é uma vacina. Vacinas são substâncias de origem microbiana (micróbios mortos ou de virulência abrandada) que se ministram a um indivíduo, com fim preventivo, curativo ou paliativo. As gotinhas homeopáticas não contém agentes que causam a dengue e não podem ser chamadas de vacina. Podem sim ser tratadas como “vacina”, entre aspas, sutileza necessária para que uma boa intenção não seja confundida com esperteza política. Como é de conhecimento geral, ainda não existe uma vacina contra a dengue. O que ocorreu em Ubatuba foi um erro de comunicação. Tivessem os panfletos deixado claro a natureza das gotas, o Dr. Ricardo estaria sendo aplaudido pela iniciativa. Sempre é tempo, se o medicamento não tem contra-indicação, então é o caso de distribuí-lo, agora que todos sabem que não é uma vacina, mas um possível atenuante da doença. E a doença precisa ser combatida de todas as formas. Ubatuba não está preparada para uma epidemia, se acontecer será o caos. Aproveitando coloco abaixo o link da matéria referente ao que está acontecendo em São José do Rio Preto, veiculada na Rede Globo de Televisão, que embora tenha tratado o tema corretamente, pisou na bola ao usar o termo vacina no título do vídeo. Nos velhos tempos os editores eram cuidadosos e essas escorregadelas não aconteciam. Rsssss. (Sidney Borges)http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM649319-7823-VACINA+HOMEOPATICA+PARA+TRATAR+A+DENGUE,00.html

Comentários

Anônimo disse…
E o que estão esperando para utilizar essas gotas no pessoal do Rio de janeiro?

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