Receita para Lula virar o jogo

Virada de Lula coincide com a explosão no gasto publicitário

Presidente investe em divulgação 85% mais que FHC e faz mais propaganda que Bradesco, Pão de Açúcar e Ford

Paulo Moreira Leite

"Números oficiais mostram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a liderança das pesquisas eleitorais depois que o governo fez imensos gastos de publicidade.
Entre 1º de janeiro e 23 de fevereiro deste ano, o governo empenhou gastos no valor de R$ 52 milhões em propaganda. Em 2005, no mesmo período, gastou R$ 212 mil - ou apenas 0,5% do dinheiro empenhado no início de 2006, quando o presidente disputa a reeleição.
Em dezembro de 2005, os pagamentos de publicidade chegaram a R$ 55 milhões, o gasto mais alto do ano passado. Em sua contabilidade, o governo registrou ainda que recebeu serviços de publicidade - reconhecidos mas não pagos - no valor de mais R$ 151,4 milhões.
A virada na campanha ocorreu após esta chuva de dinheiro. Em dezembro, Lula estava no fundo do poço e, segundo o Ibope, poderia ser batido por José Serra (PSDB) no primeiro turno.
Em fevereiro de 2006, o Datafolha e o Instituto Sensus dizem que Lula se tornou favorito à reeleição.
Ninguém acredita que a publicidade tenha mudado o placar da eleição. Mas ninguém acha que seus efeitos sejam nulos. "A publicidade oficial tem um efeito real sobre os eleitores, mas é difícil medir sua magnitude", admite Márcia Cavallari, diretora-executiva do Ibope.
Obtidos com exclusividade pelo Estado junto ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), estes dados são reveladores, mas parciais, pois não incluem as empresas estatais.
A comparação entre os últimos três anos do governo Fernando Henrique Cardoso com os primeiros três anos de Lula é ilustrativa. Em valores corrigidos pelo IPCA, a soma de gastos de Lula chega a R$ 903,7 milhões, contra R$ 488 milhões de FHC - um aumento de 85% no governo do PT.
Em 2005, o governo Lula fez pagamentos da ordem de R$ 348,2 milhões. Foi um ano de véspera de reeleição, quando os estrategistas políticos aconselham um trabalho de sedução prévia do eleitorado, sem as restrições da legislação que imperam no ano seguinte."

Fonte: Noblat

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