Opinião

Crescimento firme

Editorial do Estadão
A economia brasileira manteve um firme crescimento no segundo trimestre, apesar da crise financeira internacional, da menor expansão das potências do mundo rico e do aumento de juros determinado pelo Banco Central (BC). O Produto Interno Bruto (PIB) foi 1,6% maior que o do trimestre anterior e 6,1% superior ao de um ano antes. O dinamismo foi garantido tanto pelo consumo em alta quanto pelo vigor do investimento. Apesar da piora do cenário externo, os empresários continuaram aplicando dinheiro na ampliação e na modernização da capacidade produtiva - confiantes, portanto, nas perspectivas do País. O investimento em máquinas, equipamentos e construções cresceu 5,4% do primeiro para o segundo trimestre e ficou 16,2% acima do valor contabilizado entre abril e junho de 2007. Este é o dado mais positivo das contas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porque não há prosperidade sustentável sem o fortalecimento da base produtiva.

Esse fortalecimento, no entanto, continua insuficiente. O valor investido no primeiro semestre correspondeu a 18,5% do PIB. Embora tenha aumentado nos últimos anos, essa proporção é pequena quando comparada ao padrão alcançado pelo Brasil nas fases de maior crescimento econômico (taxa de investimento em torno de 24% do PIB). Quando confrontada com a dos emergentes mais dinâmicos, é modestíssima. É preciso, porém, levar em conta um detalhe importante: o investimento brasileiro depende quase inteiramente das empresas, porque o governo, em todos os níveis da administração, investe muito menos do que poderia, se conseguisse economizar nos gastos correntes. Além disso, o volume de recursos para financiar o investimento seria bem maior e bem mais barato, com certeza, se o setor público fosse mais austero nas despesas de custeio.
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