The End

Ajuda dos EUA é fim do neoliberalismo, dizem analistas

Intervenção americana em bancos é sintomática, acham brasileiros

Viviane Monteiro
A intervenção do governo dos Estados Unidos às empresas de hipotecas Freddie Mac e Fannie Mae marca o fim do sistema neoliberal, conhecido como Estado mínimo na economia. Essa é a visão de ministros e ex-ministros brasileiros que participaram ontem do seminário 200 anos do Ministério da Fazenda. A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, é até mais contundente na afirmação. Para ela, a idéia de que o Estado deveria intervir menos na economia nunca foi aplicada em economias desenvolvidas, principalmente nos Estados Unidos, onde o sistema surgiu.
– Em momento algum os Estados nacionais de países desenvolvidos foram enfraquecidos. A história do neoliberalismo só valia para nós. No mundo capitalista desenvolvido jamais houve liberalismo – disse a ministra, que participou do seminário 200 anos do Ministério da Fazenda, em Brasília.
Para o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira, a crise que se apresenta nos países desenvolvidos é semelhante a dos anos 1930, iniciada em 1929 com a queda da Bolsa de Nova.
– Ela seria mais profunda se o governo não viesse intervindo – disse. – Essa crise marca o fim da onda neoliberal e marca a necessidade que a sociedade está encontrando de renovar o papel do Estado. O socorro é a demonstração dos fracassos de um mecanismo puramente do setor financeiro; o setor financeiro, que virou o arauto do neoliberalismo, é quem está precisando de socorro do Estado.
Bresser defendeu uma complementação entre a intervenção do mercado financeiro e do Estado na economia. Disse também que a situação seria pior caso não houvesse uma intervenção mais forte do banco central dos EUA na economia do país nesse momento.


Brasil elogia decisão

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a intervenção do governo americano às empresas é positivo porque evita que a crise se expanda para empresas e bancos estrangeiros que investiram nessas companhias que movimentam US$ 13 trilhões.
– O apoio procurou evitar um problema sistêmico, de que a crise seja de cinco graus na escala de richter e evite a ir a sete graus da escala de richter – comparou.

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Nota do Editor - Fukuyama decretou o fim da História, o definitivo The End. Mas a História continuou fluindo, enquanto Fukuyama era alçado à categoria de arauto de todas as verdades. Agora estão decretando o fim do neolibralismo, assim como Jânio Quadros decretou, na Vila Maria, a morte da carestia. Infelizmente a vida continuou pela hora da morte. Quando não há o que escrever cabem algumas tolices. Vida de jornalista, embora Fukuyama seja historiador. (Sidney Borges)

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