Opinião

Gastos com saúde

Editorial do Estadão
Entre 2000 e 2005 o Brasil gastou com a saúde, em média, e em cada ano, cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o estudo A Economia da Saúde - Uma Perspectiva Macroeconômica. Mas, ao contrário do que ocorreu nos países desenvolvidos, nesse total de gastos, os das famílias foram maiores do que os da União - cujo orçamento de 2008 previu R$ 51,8 bilhões para o Ministério da Saúde.
Na radiografia do setor feita pelo IBGE, em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Agência Nacional de Saúde (ANS), foram apurados tanto os gastos de consumo dos serviços de saúde, por parte da população, como o valor adicionado pelas atividades a eles ligadas, medido pelos salários, contribuições sociais e tributos, inclusive sobre a produção de remédios e equipamentos. O valor adicionado pelo setor da saúde nas contas nacionais aumentou de R$ 57,99 bilhões, em 2000, para R$ 97,32 bilhões, em 2005.
As despesas com a saúde refletiram o ritmo dessa atividade. De 2000 para 2001, as despesas por habitante aumentaram 2,5%. Com mais inflação, e menos atividade, esse crescimento declinou para 0,3%, em 2002, e 0,5%, em 2003, voltando a subir (+1,6%) em 2004 e 2005 (+4,4%). A preços correntes, em 2000, os brasileiros gastaram em média R$ 339,00 com a saúde, e R$ 528,00 em 2005.Em 2005, mais de 3,8 milhões de pessoas estavam ocupadas na prestação de serviços de saúde, ou 4,3% do total dos 90,9 milhões de pessoas ocupadas em todas as atividades no País. O dado sugere que há deficiência de pessoal no setor, que respondeu, em 2005, por 5,3% do PIB.
A maior parte dos trabalhadores (1,27 milhão) atuava nos serviços públicos de saúde, seguida de 1,03 milhão em outras atividades relacionadas com o atendimento à saúde, como autônomos, trabalhadores sem carteira assinada e contratados por cooperativas de trabalhadores, onde os postos de trabalho podem ser considerados, segundo o IBGE, sem carteira assinada. Depois, vinham os 688 mil empregados no comércio de produtos farmacêuticos, que atuavam em 87 mil empresas varejistas e atacadistas. A assistência suplementar empregava 63 mil pessoas.
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