Coluna do Ednelson
Violência e
criminalidade no Litoral Norte precisam ser combatidas com rigor
Ednelson Prado
Diretor -Vincere Comunicação
Autor do livro: Marketing Político Digital: como construir uma campanha vencedora
Segurança, saúde e educação, de longe, formam os principais
pilares que sustentam uma comunidade desenvolvida e civilizada. Integrados a
outras ações, asseguram qualidade de vida à comunidade e garantem os direitos
básicos de todo cidadão.
Das questões exigidas pela população, a segurança deve estar
entre as prioridades de uma gestão eficiente e preocupada com a integridade dos
moradores.
Infelizmente, o Litoral Norte vem sofrendo com a ineficácia
desta categoria – e este não é um problema atual. Nos últimos anos, pesquisas
têm mostrado que a Região Metropolitana do Vale do Paraíba está entre as mais
violentas do Estado de São Paulo e, com destaque neste ranking, as cidades litorâneas.
Dados do estudo Atlas da Violência 2019, realizado pelo Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e divulgados nesta quarta-feira,
dia 07, não deixam mentir; os altos índices de violência em nossa região
apontam que Ubatuba está entre os municípios com maiores taxas de homicídio.
São 16,6 por 100 mil habitantes. Acima de 10, a OMS (Organização Mundial da
Saúde) classifica como “zona epidêmica”.
Esta exposição a crimes violentos assusta a comunidade
local, e o que assusta ainda mais é a falta de competência do poder púbico no
combate a este mal. Ações sazonais, como as operações de verão durante a
temporada preocupadas com a proteção de turistas, ou isoladas como a desta
quarta-feira, dia 07, não são suficientes para suprir a carência nos demais
dias do ano e dos moradores da cidade.
Sendo assim, o que cabe à Prefeitura fazer, já que, em tese,
a segurança em todo o país está sob a incumbência do governo estadual? A
responsabilidade pode (e deve) ser compartilhada entre todos os níveis de
governo.
Enquanto o governo federal combate o tráfico e zela pelas
rodovias federais, é dever do Estado dedicar-se ao policiamento preventivo e
ostensivo realizado pela Polícia Militar. A prefeitura deve ficar encarregada
de funções mais abrangentes, que integram diversas secretarias e setores da
administração municipal.
Em primeiro lugar, é preciso identificar onde existem
falhas. Diagnosticar a situação atual, para compreender as deficiências e saber
onde e como atuar de forma efetiva e certeira. Uma delas, com certeza, é a
ineficiência da Polícia Militar em cumprir com o papel da prevenção e evitar
que o crime aconteça. Isso ocorre com a presença da polícia nas ruas,
principalmente nos locais mais vulneráveis e violentos. As estatísticas também
servem para apontar onde a situação é mais crítica e onde é preciso agir.
Uma das opções é aprimorar o trabalho da GCM (Guarda Civil
Municipal), que por mais que sofra críticas, é um braço que, se bem organizado
e com respaldo, se torna grande aliada. Os guardas possuem papel fundamental no
reforço de proteção do patrimônio público, bem como na fiscalização do
município, além de algumas atribuições. Aliados ao serviço de patrulha, ruas
bem iluminadas e câmeras de vigilância instaladas em pontos estratégicos, contribuem
efetivamente com a diminuição dos crimes.
A iluminação pública é uma aliada importante e todos sabemos
que, em Ubatuba, ela não atende às necessidades. Enquanto cidades avançam na
iluminação de LED para, praticamente, todo o seu parque, Ubatuba ainda sofre
com a falta de suporte para o serviço básico de substituição de lâmpadas
queimadas. Ruas iluminadas são essenciais para aumentar a sensação de segurança
da população e para inibir a ação de bandidos.
As câmeras de vigilância são outra ferramenta importante,
com um centro integrado de operações, no qual se concentrem trabalhos conjunto
da Polícia Militar, Guarda Municipal e Bombeiros, como ocorre em outras cidades
da região. Recursos? Projetos que permitam a captação de verba junto ao governo
federal ou bancos de fomento, como outros municípios já fizeram.
Como diz o ditado, prevenir é melhor que remediar. Por que
não investir em políticas públicas que possam evitar a má conduta, como dito
antes, integrando diversas áreas da Prefeitura?
Nas ações que demandam a participação da comunidade, alguns
exemplos são projetos de conscientização nas escolas com crianças e
adolescentes; ampliação dos programas de esporte e lazer nas comunidades mais
carentes e coibição da violência doméstica.
Além disso, é de extrema importância envolver a população
nesse processo. Quem mais conhece os problemas do povo é o próprio povo, que
vive na pele a incompetência da municipalidade. Fóruns, conselhos, e atuação
Câmara Municipal devem ser considerados e incentivados pelo Executivo.
Com o esforço e a cooperação de várias esferas é possível
caminhar em direção ao convívio harmonioso na sociedade.
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