São Paulo


Cine Marrocos

Antonio Ricardo Soriano (original aqui)
O Marrocos, em 1951, ano de sua inauguração, era apontado como o cinema mais luxuoso da América do Sul. O cinema situado na Rua Conselheiro Crispiniano, nº. 344, destacava-se pela sua arquitetura de estilo “Mourisco modernizado”, que apresentava grandiosidade e muito conforto. A sua fachada e escadarias de entrada eram revestidas pelo precioso mármore de Carrara.

O grande hall de entrada possuía um piso riquíssimo em desenhos orientais, tendo ao centro uma magnífica fonte luminosa. As paredes laterais do grande hall de entrada possuíam decorações inspiradas no Oriente de contos e fantasias. Havia, também, um interessante baixo relevo, cuja decoração descrevia, com detalhes admiráveis, a evolução da sétima arte através dos tempos, desde Carlitos em “Em busca do ouro” até os últimos lançamentos (dos anos 40) da indústria do cinema em todo o planeta. A sala de espera, de 400 metros quadrados, tinha móveis que constituíam a última palavra em conforto e ornamentação, além de grandes colunas revestidas com espelhos de cristal rosa e caríssimos tapetes. O cinema trazia, também, como uma das principais novidades, um magnífico bar.

A sala de projeções, com capacidade total de 1900 lugares, tinha todas as paredes ornamentadas com pinturas inspiradas nos contos orientais das “Mil e uma noites” e possuía dois balcões. Outra particularidade interessante eram as cadeiras recuáveis da platéia e balcões, que permitia passagem fácil às pessoas entre as fileiras de poltronas. A tela do cinema era de vidro e proporcionava visão brilhante e sem ofuscamento, com extraordinário efeito na projeção de filmes em cores. O Marrocos, também, possuía a maior cabine cinematográfica do Brasil, com equipamentos de projeção e áudio da marca Simplex.
 

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