Opinião
A pane telefônica
Editorial do Estadão
Pela terceira vez em apenas dois meses - e pela quinta vez em menos de um ano - tivemos uma paralisação dos serviços de telefonia fixa e internet em São Paulo, na área coberta pela Telefônica. A interrupção desses serviços essenciais causou grandes prejuízos aos usuários. Não se justificam, assim, nem as explicações ligeiras da companhia nem a reação moderada da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), à qual incumbe fiscalizar a telefonia.
Na terça-feira, a partir das 9 horas, deixaram de funcionar os telefones numa grande área da capital e do interior, isolando também a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Eletropaulo e a Comgás e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Casos de pessoas que procuraram os serviços de emergência, sem sucesso, foram relatados pelo repórter Vitor Hugo Brandalise, na edição de quarta-feira do Estado. A Secretaria Municipal da Saúde constatou que deixaram de ser atendidas 30 ocorrências.
Não foi uma pane qualquer, pois os serviços de telefonia fixa ficaram interrompidos, parcial ou totalmente, durante quase todo o dia - inclusive à noite, no caso de clientes corporativos. O problema que afetou a rede de sinalização interrompeu serviços de chamadas locais, de longa distância nacional e internacional, serviços 0800 e de call centers e chamadas para celulares, nos seis pontos de transferência de sinalização da Telefônica, três dos quais na capital, nos bairros de Perdizes, Liberdade e Ibirapuera, e três no interior, em Americana, Campinas e Araraquara.
Várias notas de esclarecimento foram divulgadas pela Telefônica, na última das quais a empresa admitia que os problemas perduraram por mais de 14 horas consecutivas.
A concessionária prometeu "ressarcimento aos usuários em decorrência dos problemas registrados". Mas como ressarcir a falta de pronto atendimento de acidentes ou ocorrências policiais, que puseram em risco a vida de pessoas?
A operadora admitiu ter identificado "uma falha humana cometida pela equipe de um fornecedor que presta serviços na rede da empresa". Mas os problemas semelhantes registrados no passado, várias vezes, deixaram evidente a ausência de equipamentos redundantes, que entrassem em funcionamento automático em emergências.
Segundo o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, "é realmente muito estranho que esses problemas afetem apenas a Telefônica".
A Telefônica é uma empresa multinacional, de capital espanhol, que controla a Telesp, companhia aberta com ativos de mais de R$ 19 bilhões, patrimônio líquido de R$ 10 bilhões e lucro líquido, no primeiro trimestre, de R$ 482 milhões. Tem cerca de 12 milhões de assinantes em São Paulo, aos quais deve prestar um bom atendimento - em vez do tratamento que provoca milhares de reclamações nos serviços de proteção ao consumidor. Pesquisa da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo (Procon SP) indica a Telefônica na liderança das reclamações.
Leia mais
Editorial do Estadão
Pela terceira vez em apenas dois meses - e pela quinta vez em menos de um ano - tivemos uma paralisação dos serviços de telefonia fixa e internet em São Paulo, na área coberta pela Telefônica. A interrupção desses serviços essenciais causou grandes prejuízos aos usuários. Não se justificam, assim, nem as explicações ligeiras da companhia nem a reação moderada da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), à qual incumbe fiscalizar a telefonia.
Na terça-feira, a partir das 9 horas, deixaram de funcionar os telefones numa grande área da capital e do interior, isolando também a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Eletropaulo e a Comgás e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Casos de pessoas que procuraram os serviços de emergência, sem sucesso, foram relatados pelo repórter Vitor Hugo Brandalise, na edição de quarta-feira do Estado. A Secretaria Municipal da Saúde constatou que deixaram de ser atendidas 30 ocorrências.
Não foi uma pane qualquer, pois os serviços de telefonia fixa ficaram interrompidos, parcial ou totalmente, durante quase todo o dia - inclusive à noite, no caso de clientes corporativos. O problema que afetou a rede de sinalização interrompeu serviços de chamadas locais, de longa distância nacional e internacional, serviços 0800 e de call centers e chamadas para celulares, nos seis pontos de transferência de sinalização da Telefônica, três dos quais na capital, nos bairros de Perdizes, Liberdade e Ibirapuera, e três no interior, em Americana, Campinas e Araraquara.
Várias notas de esclarecimento foram divulgadas pela Telefônica, na última das quais a empresa admitia que os problemas perduraram por mais de 14 horas consecutivas.
A concessionária prometeu "ressarcimento aos usuários em decorrência dos problemas registrados". Mas como ressarcir a falta de pronto atendimento de acidentes ou ocorrências policiais, que puseram em risco a vida de pessoas?
A operadora admitiu ter identificado "uma falha humana cometida pela equipe de um fornecedor que presta serviços na rede da empresa". Mas os problemas semelhantes registrados no passado, várias vezes, deixaram evidente a ausência de equipamentos redundantes, que entrassem em funcionamento automático em emergências.
Segundo o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, "é realmente muito estranho que esses problemas afetem apenas a Telefônica".
A Telefônica é uma empresa multinacional, de capital espanhol, que controla a Telesp, companhia aberta com ativos de mais de R$ 19 bilhões, patrimônio líquido de R$ 10 bilhões e lucro líquido, no primeiro trimestre, de R$ 482 milhões. Tem cerca de 12 milhões de assinantes em São Paulo, aos quais deve prestar um bom atendimento - em vez do tratamento que provoca milhares de reclamações nos serviços de proteção ao consumidor. Pesquisa da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo (Procon SP) indica a Telefônica na liderança das reclamações.
Leia mais
Comentários