Conversa com Ubatuba

Olá meus queridos!

Clodovil Hernandes
Após tantos acontecimentos, sempre procuro refletir, avaliando e reavaliando tudo que ocorreu. Penso que é desta forma que crescemos e envelhecemos menos ignorantes. Ou será mais lúcido?
Assim, pensei em escrever alguma mensagem para vocês, mas, e a propósito disso, recordei então do que havia lido no livro de Rudyard Kipling. Kipling foi um escritor inglês, nascido em Bombaim, na Índia britânica em 1865. Morreu em 1936, e foi Prêmio Nobel de Literatura em 1907. Kipling, também foi um estranho na sua terra. Interessante notar como, o passado sempre nos ensina. Leiam este poema IF (Se), ele escreveu em inglês, a tradução foi feita por Guilherme de Almeida. Vamos ao poema, volto a falar com vocês no final.

Se
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses, no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;

Se és capaz de pensar --sem que a isso só te atires,
De sonhar --sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguirem
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta à vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!”;

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais --tu serás um homem, ó meu filho!


Tudo correu à solta, aqui em Ubatuba, eu, continuo o mesmo, com a mesma palavra.
Vista a carapuça quem lhe couber!
Fiquem em paz!
Ubatuba 16 de outubro de 2008
Clodovil Hernandes

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