Aviação

Barbeiragem inconcebível

Sidney Borges
O avião que se acidentou no Rio de Janeiro, no último domingo, foi abastecido com querosene. O combustível apropriado para motores aeronáuticos a pistão é gasolina de alta octanagem. O querosene é utilizado em motores a jato. Em certa época, em Tatuí, no Aeroclube de Planadores, um Dodge Dart costumava ser utilizado para rebocar planadores e era abastecido com querosene. Com algumas modificações o motor aceitava o combustível, mas produzia muita fumaça e evidentemente não desenvolvia toda a potência. O alto custo da gasolina e o apetite voraz do do Dodge justificavam a adaptação. Na queda do Cirrus é difícil entender a falta de cuidados básicos por parte dos envolvidos. O piloto era experiente, tinha trinta anos de profissão. O dono do avião, que assinou a nota fiscal, não era tão experiente, mas estava longe de ser um leigo, era brevetado e tinha feito o curso do avião. O acidente poderia ser evitado se o operador de abastecimento soubesse diferenciar aviões e o combustível apropriado a cada um. Com treinamento adequado e salários melhores a segurança aumentaria. Confirmada a barbeiragem, podemos dizer que a causa do acidente foi ignorância. De quem comprou o combustível e de quem fez o abastecimento, pois na tampa do tanque está escrito em letras maiúsculas bem grandes: AVGAS, que significa gasolina. Seria o operador distraído ou analfabeto? A aviação é uma atividade segura, mas exige permanente vigilância. Um descuido e você vira estatística. Para sempre...

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