Espaço do leitor

“Defendendo meus direitos de deficiente”

Sou deficiente visual desde 1994. Nessa condição, sem a solicitar, fui aposentada, como Diretora de Escola, pela Prefeitura Municipal de Marília.
A partir da perda da visão procurei habilitar-me para superar as limitações físicas impostas pela deficiência e, superando barreiras, ser útil à sociedade e, principalmente, a meus colegas de deficiência visual.
Na condição de professora de deficientes visuais, de 1999 a 2004, trabalhei em ITAJAI, Santa Catarina. Inicialmente contratada pelo Governo do Estado. Posteriormente, nomeada, após prestar concurso. Justamente como esperava ocorresse em Ubatuba.
Em 2005 transferi-me para Ubatuba. De início fiz um projeto para ministrar palestras sobre acessibilidade nas escolas municipais. O projeto foi aprovado pela Secretaria Municipal de Educação e executado com sucesso.
No ano letivo de 2006 prestei serviços como professora autônoma para a Secretaria Municipal de Educação, ministrando aulas a crianças deficientes visuais em classe criada na EM. Pe. José de Anchieta.
Aberto concurso, para selecionar Professores de Ensino Básico - PBI –, fiz a inscrição como deficiente visual, tive a inscrição deferida, prestei o concurso e fui classificada em primeiro lugar entre os deficientes. Não sendo chamada, observando a preferência que a lei que protege os deficientes determina, entrei com mandado de segurança. Foi concedida liminar. A Prefeitura não atendeu a liminar da Justiça. Interposto recurso, a Justiça intimou a Prefeitura a cumprir a liminar em cinco dias e convocar-me para atribuição de sala. Convocada pelo jornal “A CIDADE” de 09-06-07, página 10, a comparecer na Prefeitura Municipal – Gerência de Medicina e Segurança do Trabalho, aos 11-06-07, lá comparecemos pontualmente. Para nossa surpresa não foi marcada nem perícia médica nem dia para atribuição de classe. Fizeram de mim uma bola de tênis de mesa, ninguém resolve nada e me mandam de um lugar para outro. Até o momento não fui nomeada nem marcada data para passar por perícia médica. QUERO QUE TODA A POPULAÇÃO SAIBA QUE ESTOU SENDO DISCRIMINADA E TRATADA COM O MAIOR DESCASO PELAS REPARTIÇÕES MUNICIPAIS.
O desrespeito é de tais proporções que até me ofereceram trabalhar como eventual. Não aceitei por estar classificada em concurso e ter direito a nomeação. Serve como prova de desrespeito. Tenho condições para trabalhar como eventual segundo avaliação da Secretaria Municipal de Educação. Já para ser nomeada não estou capacitada!.
Para garantir meus direitos e vencer a discriminação fiz, na Delegacia de Polícia da Mulher, o Boletim de Ocorrência, N° 781/ DDM/ 2007, de 27-06-07, visando ser entregue à Justiça.
Denuncio também que as crianças portadoras de deficiências visuais não estão recebendo atendimento em Ubatuba. É mais uma discriminação da Secretaria Municipal de Educação.
É mais um direito que está sendo furtado dos sofridos deficientes visuais.


Maria Rosa Delmasso Rodriguez

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