Da série: Somos todos idiotas?

A Operação Cerrado de Roriz e Nenê
Vocês se lembram da "Operação Uruguai"?

Foi a simulação de um empréstimo contraído junto a banqueiros uruguaios para explicar parte do dinheiro usado na campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Na época, Luiz Estevão de Oliveira, que passará à História como o primeiro senador cassado, e Paulo Octavio, atual vice-governador do Distrito Federal, se apresentaram como avalistas da operação. Os dois eram amigos de Collor.
Nem por isso Collor escapou do impeachment.
Joaquim Roriz e Nenê Constantino, dono da GOL, montaram uma operação tão vagabunda quanto aquela para tentar salvar o mandato de um e a reputação do outro.
Quebraram a cara. Roriz renunciou ao mandato para não ser cassado por quebra de decoro parlamentar. Nenê saiu de circulação e está sendo investigado pelo Ministério Público.
No dia 13 de março último, Roriz mandou sacar no Banco Regional de Brasília (BRB) um cheque em nome de Nenê de R$ 2,2 milhões. O cheque era contra o Banco do Brasil.
gravações de conversas telefônicas onde Roriz e Tarcísio Moura, ex-presidente do BRB, combinam a melhor maneira de repartir o dinheiro - afinal , era "para muita gente".
Descoberta a trama, Roriz alegou que pedira emprestados R$ 300 mil a Nenê. Que Nenê lhe dera um cheque de R$ 2,2 milhões. E que ele descontara o cheque e devolvera a Nenê o troco de R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo.
No último dia 28, Roriz gaguejou da tribuna do Senado que era inocente. Ofereceu papéis em branco assinados por ele para quem quisesse investigar suas contas. Como ninguém quis e a cassação do mandato era mais do que previsível, renunciou no dia 4 do mês em curso.
Pois não é que um dia antes Nenê depositara R$ $1.931.155,60 em sua própria conta no Banco do Brasil? Explicou aos repórteres Jailton de Carvalho e Gerson Camarotti de O Globo:
- O dinheiro, por simples comodidade de minha parte, ficou guardado em espécie e devidamente contabilizado.
Quer dizer: o troco de R$ 1,9 milhão que Roriz diz ter dado a Nenê ficou 112 dias guardado em algum cofre. Se tivesse sido aplicado a uma taxa de 1% de rendimento médio no mercado de capitais, teria rendido ao seu dono R$ 72 mil.
Mas não. Nenê, "por simples comodidade", preferiu perder dinheiro - ao invés de ganhá-lo.
Dá para acreditar? (Ricardo Noblat)

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