Brasil

Mais gente está empregada, mas os salários são cada vez menores

Os trabalhadores que melhor se saíram nos últimos anos foram os menos qualificados, diz economista do Ipea

Fernando Dantas, RIO
A expressiva redução da desigualdade e da pobreza no Brasil entre 2001 e 2005 foi acompanhada por uma piora da grande maioria dos postos de trabalho. A constatação é do economista Ricardo Paes de Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um dos pesquisadores que saudou com maior entusiasmo a melhora da distribuição de renda nos últimos anos. Agora, porém, depois de analisar em maior profundidade o que se passou no mercado de trabalho, ele está menos feliz. “A nossa redução na pobreza e na desigualdade foi fantástica, mas é preciso limitar a celebração”, diz Barros, um dos mais conhecidos e respeitados especialistas em política social do País.

Seus números mostram que, enquanto toda a população, com exceção dos 10% mais ricos, teve aumento da renda familiar per capita naquele período, 60% tiveram queda na renda do trabalho. O pior, porém, é que uma análise que isola apenas a remuneração intrínseca ao posto de trabalho indica que houve queda em 82% deles entre 2001 e 2005.
Para Barros, “é difícil pensar em uma queda sustentável da pobreza e da desigualdade que não venha acompanhada de uma melhora generalizada dos postos de trabalho, ou numa melhora do desenvolvimento humano que não seja acompanhada do aumento da produtividade do trabalho”.
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