Do fundo do córtex cerebral

Sensualidade. Como medir?

Quem ensina ciências precisa dar aos alunos o conceito de grandeza. É aquilo que pode ser medido. Um comprimento é uma grandeza. A sala tem seis metros de largura é um exemplo. Seis metros é uma grandeza que pode ser aferida com o uso de um instrumento adequado, uma fita métrica ou uma trena digital a laser. Muitos dos temas presentes ao nosso cotidiano, embora sejam comparados a todo instante, não são grandezas. A beleza das mulheres é um exemplo. O amor, outro. Imagino um jovem em dúvida sobre o sentimento que nutre por duas garotas. Como avaliar a intensidade, como definir o mais forte? Não existe um aparelho capaz de responder a essa questão, se existisse seria um “amormômetro”, para usar um termo parecido com o nome dos dispositivos que medem temperaturas. Estou escrevendo isso para exprimir a minha insatisfação com os jornais, que por falta de trabalho investigativo usam de artifícios pouco inteligentes para atrair leitores. Esclarecendo onde quero chegar: há no momento uma pesquisa absolutamente impossível de resultar em algo prático. Quem é o maior brasileiro de todos os tempos, pergunta um jornal. Para mim é o Emil Rached e fim de papo. Há de tudo nas respostas, desde o sempre presente Rui Barbosa a Pelé, de Caetano Veloso ao Barão de Mauá. Como medir o que é incomensurável? Hoje ao ler os jornais me deparei um disparate senão maior, de mesmo calibre. Alguém, com pouca coisa para fazer, atribuiu a Giselle Bundchen um mero terceiro lugar em sensualidade. As duas primeiras classificadas são artistas de cinema, sendo que uma delas é musa de Woody Allen, o que não quer dizer absolutamente nada, ele é famoso por ter um gosto universal que vai de meninas vietnamitas a freiras velhinhas. Barrabás, quanta asneira. Como será que chegaram a essa conclusão sem conhecer a Dorinha do Engenho de Dentro, rainha da Central do Brasil, eleita no trem como a mulher mais boa do Hemisfério Sul. Por falar em mulher boa, quem não se lembra da Brigite Bardot, que se tivesse ganhado um dólar cada vez que foi homenageada pelo Deus Onan seria mais rica do que o Bill Gates. Há uma historinha que espelha bem o significado de La Bardot para a imaginação dos homens. Dizem que ela teria sido condenada ao fuzilamento. Na hora da execução um último pedido ao comandante do pelotão. Quero morrer nua. Pedido aceito, um laço foi desatado e o roupão desceu, desnudando aquele monumento em forma de mulher. Antes que qualquer tiro fosse disparado Brigitte caiu morta, para espanto geral. Na autópsia verificaram que fora atingida por estilhaços de botões de cuecas. Milhares deles. Naquele tempo as cuecas tinham botões. Ora, ora... (Sidney Borges)

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