Raios

75 mortes por raios em 2008 no Brasil

Número de vítimas fatais é o maior da década; pela primeira vez são registrados óbitos de pessoas falando em celulares conectados à rede elétrica

Pesquisa FAPESP - © Elat (Leia aqui o original)
Levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, interior paulista, contabilizou um recorde negativo em 2008: houve em todo o país 75 mortes causadas por raios, duas a mais do que em 2001, ano desta década que, até então, contabilizava o maior número de óbitos por descargas elétricas. Estado mais populoso, São Paulo registrou o maior número de mortes (20). Em segundo lugar, ficou o Ceará, com 7 óbitos, seguido de Minas Gerais (6), de Alagoas (6) e do Rio Grande do Sul (5).


Houve três casos de mortes de pessoas que foram atingidas por descargas elétricas enquanto falavam em celulares cuja bateria estava sendo carregada na rede elétrica. "É a primeira vez que registramos esse tipo de caso", diz o meteorologista Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat. "Não sabemos se foi apenas uma coincidência ou se esses casos refletem uma nova realidade."
Mortes de pessoas falando em telefones fixos em dias de tempestade acontecem há tempos, mas, com o aumento no número de celulares no país e a constante necessidade de recarregar a sua bateria, esse novo tipo de ocorrência pode se tornar mais frequente. A dica é não usar o celular conectado na rede de energia, sobretudo em dias de chuva.

A crença popular de que a maioria das vítimas de raios estava jogando futebol ao ar livre num dia de tempestade não bate com os números do Elat. "Apenas 4 das 75 mortes de 2008 ocorreram dessa forma", comenta Pinto Junior.

De acordo com o estudo, caíram em 2008 no Brasil mais de 60 milhões de raios, índice superior ao verificado em 2007 e à média histórica. Quase dois terços das descargas (63%) desabaram sobre áreas rurais e o restante atingiu zonas urbanas (22%), rodovias (10%) e a faixa litorânea (5%). O aumento de incidência das descargas foi maior na regiões Norte e sobretudo no Nordeste. O Sudeste continua sendo a região em que mais caem raios, 39% do total. A seguir, figuram o Nordeste (32%), Sul (15%), Centro-Oeste (9%) e Norte (5%).

Os pesquisadores do Elat calcularam que, no ano passado, a chance de uma pessoa ser atingida por um raio foi de uma em 2,5 milhões.

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