Internacional

O caso Battisti e a Itália

Luis Nassif (Leia aqui o original)
Recebo telefonema do ex-desembargador Walter Maierovitch, a propósito da discussão no Blog sobre o caso Battisti. Me diz ele:

“Battisti era ladrão, foi preso, na cadeia vinculou-se a uma organização terrorista e fugiu. Seu primeiro crime, depois da fuga, foi matar seu próprio carcereiro. Ele foi preso dentro da própria célula da organização, logo não tem lógica essa história de que tinha se desvinculado dela.

Hoje, o Procurador da República de Milão está escrevendo uma Carta aos Brasileiros, tendo em vista os inúmeros equívocos, inclusive do professor Dallari, que dizia que Itália era direitista na época em que Battisti foi julgado. O Presidente era Sandro Pertini, do Partido Socialista Italiano.

E, quando o Partido Comunista Italiano é contra Battisti e diz que Brasil não entende nada, é porque sabe que quem matou o eurocomunista foram pessoas como ele.

O compromisso histórico com Aldo Moro foi em função do avanço do Pinochet e de outras ditaduras militares. E esse pacto foi implodido pelo terrorismo.O que está ocorrendo é assassinato novo, mas do Direito Internacional, por parte do Ministro Tarso Genro. Ele deu entrevista a jornais italianos falando da má vontade da Itália com extradição de Cacciola. Ninguém extradita nacionais, a não ser a Colômbia, com narcotraficantes.

Tarso diz que Battisti foi julgado à revelia e sem direito a defesa. Esquece que quem foi julgado à revelia no Brasil foi Cacciola. Se é citado no processo e foge, é julgado à revelia.

A Corte de Strassburgo, de direitos humanos, não aceitou a reclamação de Battisti, de que estava sem defesa. Fugiu, conhecia o processo e tinha direito a escolher advogado.

No Brasil, assim como na Itália, um dos princípios jurídicos é, à falta de provas, do livre convencimento do juiz. Como se vai julgar crime de estupro sem acreditar na palavra da vítima?

Dizer que só um arrependido dedurou ele, viola o princípio. Dedurou mas, dentro de suas atribuições, o juiz acreditou. E tem várias testemunhas que depuseram contra Battisti, dizendo que participou de duas execuções.

Procurador fala exatamente isso e termina a carta mais ou menos assim: “O ex-terrorista não é perseguido na Itália por suas idéias mas por crimes comuns, condenado por quatro homicídios,. Na Itália existia democracia que a pequena organização dele queria destruir pelas armas e não pelos votos.

O Presidente da República da Itália é Jorge Napolitano, um comunista, que escreveu para Lula dizendo que havia um estado democrático de direito, que não se mudou uma vírgula na Constituição e que leis aprovadas não criaram um estado de exceção, mas lei de emergência, como se faz para PCC”.

Comentários

Anônimo disse…
Muitos já escreveram sobre a pisada na jaca feito pelo nosso Min. da Justiça, Tarso Genro, em conceder asilo político a este homicida italiano, contrariando todas as decisões anteriores que lhe negaram refúgio político, tanto do nosso Comitê Nacional de Refugiados, órgão vinculado ao Itamarati, quanto a de outro Comitê Internacional de Direitos Humanos. Só podia sair uma coisa dessa da cabeça de um PT...e pior ainda, mostrou que o Tarso nada entende de Direito Internacional, ao adentrar no mérito de julgamento do país requerente, fato esse que é absolutamente inadmissível no ordenamento jurídico nacional e internacional. Pois, ao assim proceder, viola a soberania do país requerente. Pouco importa se ele é culpado ou não...se ele teve ampla defesa ou não...se ele foi condenado à prisão perpétua. O que importa é que ele foi pronunciado, processado, julgado, mesmo à revelia, e condenado por Juiz com jurisdição competente. Ora, mas alguns vão dizer que o Brasil não adota a pena de prisão perpétua...simples! O STF já se manifestou inúmeras vezes que ao conceder a extradição de alguém condenado à morte ou à prisão perpétua pelo país requerente, este deverá prontificar a assinar o termo e as condições de que o extraditando não poderá cumprir pena, além dos 30 anos (pena máxima), prevista na Constituição Brasileira. Agora, fez o que fez o nosso ministro, para atender aos interesses da esquerda e de alguns lobistas do PT é oferecer mãos à palmatória...que tremenda vergonha! Ainda vai dar corda para muita falação. Mas vale conferir o artigo "Dois pesos, duas medidas", que retrata bem a situação. Vide: http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=24289

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