Mensalão

A corrupção esmiuçada

O mensalão, como se diz, não morre mais. Uma semana depois de o escândalo ser revivido, com as primeiras audiências judiciais dos integrantes da "sofisticada organização criminosa" de que falava o procurador-geral da República, considerados réus em memorável decisão do Supremo Tribunal Federal, os jornais se voltaram, na quinta-feira, para a ponta desse iceberg com o qual o Partido dos Trabalhadores (PT) colidiu, pondo irremediavelmente a pique a lenda do partido diferente-de-todos-os-que-estão-aí. O motivo do renovado interesse pelo episódio que representaria o começo do fim do esquema petista de compra de políticos - o flagrante de um suborno de terceira categoria nos Correios, em maio de 2005 - foi a notícia de que Polícia Federal (PF) havia concluído o seu relatório sobre o festival de lambanças na estatal. Por outra coincidência ainda, o mensalão não morre mais. O ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira reapareceu na mídia ao fechar um confortável acordo com a juíza Sílvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O acordo, como faculta a lei, suspendeu por três anos o processo contra ele por formação de quadrilha. (Para obter o acordo ele tacitamente confessou o crime.) Agora, porém, ele teve o desconforto de se ver novamente lembrado pela imprensa. Não poderia ser de outro modo. A investigação da PF, além de reconstituir o sistema de drenagem de recursos ilícitos para o PTB do então deputado Roberto Jefferson, chegou ao que o relatório final de 130 páginas se refere como "possível atuação de uma quadrilha comandada por pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores, por intermédio de Eduardo Medeiros".
Leia mais

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu