Merenda escolar

Caros editores:

Retornando das férias com um braço engessado e portanto catando milho no computador com a mão útil, confiro as edições dos jornais publicados durante minha ausência e não fico em nada surpreso com as tristezas acontecidas em nosso castigado município.
Triste a saída do competente amigo Sri, que parece ter tido o mesmo destino da árvore cuja exoneração não autorizou, e que foi motivo das sentidas respostas de diversos e destacados cidadãos como Jairo dos Santos, Rogério Freddiani, Gerson Florindo, Pedro Paulo, Sidney Borges, Edilson Félix, entre outros.
Mais triste ainda foi a resposta da Secretária de Educação à fundamentada carta assinada pelo companheiro Maurício sobre a infeliz idéia de terceirizar a merenda escolar, demostrando que árvores e crianças são consideradas, pela insensibilidade oficial, como objetos incômodos e descartáveis.
Meu caro Sidney, a merenda escolar é muito mais que uma questão de planilha, ou deveria ser, se a entendessemos como um investimento social não como despesa, como política pública incentivadora do desenvolvimento local e não como medida assistencial terceirizável.
Também não escapa ao analista institucional que a merenda é um analisador privilegiado para entender qual proposta pedagógica (e ideológica) se esconde por trás do aparentemente simples gesto de comprar feito e pagar caro por aquilo que , segundo a Secretária, é muito problemático fazer de em casa.
Foge à visão da administradora que para que fique barato e desafiante de fazer, precisa-se de iniciativa, criatividade, trabalho em equipe, inteligência , sensibilidade, muito estudo e muito trabalho, o que lamentavelmente a gente não vê por aqui.
Recomendo aos leitores, e também à desinformada ou mal intencionada Secretária, usando suas próprias palavras, pesquisar o que a gente pode ver por aí, de verdadeiramente “participativo” em matéria de merenda escolar. Basta consultar as experiências e os debates do 1º. e 2º Encontro Nacional de Experiências Inovadoras em Alimentação Escolar realizados no final de 2004 e 2005 em Brasília , organizados pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) em parceria com a FAO.
Para quem gosta de planilhas envio em anexo a lista dos projetos e municípios premiados em 2004 com o Prêmio Gestão Eficiente da Merenda Escolar, onde se observa que o custo médio das refeições vão de 15 a 80 centavos e que a luta contra a terceirização e uma meta possivel. Os anais do encontro de 2005 ainda não foram publicados, mas com certeza Ubatuba brilhará por sua ausência.
Um abraço, e voltarei em breve sobre o assunto com as duas mãos e os dez dedos, se Deus quiser.


Sergio Maida

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