Viagens
Precisão lusa
Sidney Borges
No aeroporto de Berlim o passageiro proveniente de Lisboa fez sinal para um táxi. Ao colocar a bagagem no porta-malas o taxista notou a procedência.
Começou a falar português. Eram patrícios.
Apesar da conterraneidade o recém chegado sentou-se no banco de trás e começou a falar com arrogância. Perguntou da cidade e depois do carro.
- Para que serve essa estrela aí na frente?
Referia-se ao logotipo da Mercedes Benz.
O motorista agastado com os maus modos do patrício sapecou:
- É uma mira para acertar velhinhas. Olhe aquela que está a atravessar a avenida. Eu a coloco no meio da estrela, acelero e está feito. Outra velhinha no paraíso. Todas as semanas envio quatro ou cinco. Quer ver?
Entusiasmado o passageiro disse que sim. Ora se quero!
O motorista enquadrou a velhinha, acelerou e, no limite, desviou. Um pouco adiante olhou o retrovisor e viu a velhinha estrebuchando estendida no chão. Sem saber o que fazer brecou cantando os pneus. Ao olhar para trás viu a porta aberta e o passageiro radiante segurando o trinco:
- Não miraste bem ó pá. Se eu não tivesse agido rápido com a porta a velhinha teria escapado...
Twitter
Sidney Borges
No aeroporto de Berlim o passageiro proveniente de Lisboa fez sinal para um táxi. Ao colocar a bagagem no porta-malas o taxista notou a procedência.
Começou a falar português. Eram patrícios.
Apesar da conterraneidade o recém chegado sentou-se no banco de trás e começou a falar com arrogância. Perguntou da cidade e depois do carro.
- Para que serve essa estrela aí na frente?
Referia-se ao logotipo da Mercedes Benz.
O motorista agastado com os maus modos do patrício sapecou:
- É uma mira para acertar velhinhas. Olhe aquela que está a atravessar a avenida. Eu a coloco no meio da estrela, acelero e está feito. Outra velhinha no paraíso. Todas as semanas envio quatro ou cinco. Quer ver?
Entusiasmado o passageiro disse que sim. Ora se quero!
O motorista enquadrou a velhinha, acelerou e, no limite, desviou. Um pouco adiante olhou o retrovisor e viu a velhinha estrebuchando estendida no chão. Sem saber o que fazer brecou cantando os pneus. Ao olhar para trás viu a porta aberta e o passageiro radiante segurando o trinco:
- Não miraste bem ó pá. Se eu não tivesse agido rápido com a porta a velhinha teria escapado...
Comentários